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Opinião

PR JLo aplique na Economia a mesma estratégia da Justiça

Editorial

João Lourenço (JLo) completou esta quarta-feira, 26 de Setembro de 2018, o primeiro ano de mandato como Presidente da República de Angola com a popularidade em alta.

A contribuir para a popularidade do PR estará certamente a onda de prisões que surpreendeu o país nos últimos dias.

Bem vistas as coisas, a onda de prisões nem sequer tem a ver directamente com JLo.

Mas ao eleger como bandeira a luta contra a corrupção, a impunidade e o nepotismo, o PR criou o ambiente para a entrada em cena da Justiça.

A Justiça angolana, em particular a Procuradoria Geral da República (PGR), onde tudo começa, tem um antes e um depois de JLo.

Antes da chegada de Lourenço à Presidência, a PGR permanecia impávida e serena por mais graves que fossem as denúncias sobre os desmandos da acumulação primitiva de capital. Depois de JLo se instalar na Cidade Alta, a mais pequena denúncia envolvendo os acumuladores primitivos de capital passou a ser suficiente para que a PGR se pusesse em campo.

Proponho que o PR adopte a mesma estratégia na Economia. Passo a explicar.

Numa economia de mercado como queremos que seja a nossa, o Estado deve concentrar-se na criação de um bom ambiente de negócios, incluindo um quadro de concorrência leal, para atrair investimento privado.

Todos os diagnósticos apontam no mesmo sentido: a principal maka da economia angolana é a (falta de) competitividade, isto é a incapacidade das empresas angolanas produzirem bens e serviços com um preço e uma qualidade capazes de concorrer internacionalmente.

No relatório 2014/2015 do Fórum Mundial para a Competitividade, Angola ocupa uma modestíssima ocupa a 140.ª posição entre as 144 economias do ranking. A nível da África Subsaariana, o País ocupa a 30.ª posição entre os 33 países considerados e na SADC, é 14.º em 14 - a República Democrática do Congo não entra na classificação do WEF. No ranking 2013-2014, Angola era 142.ª entre 1482 economias.

Na classificação sobre o ambiente de negócios do Banco Mundial, Angola tinha o 16.º pior ambiente de negócios do Mundo entre 190 países.

Dificuldades no acesso ao financiamento, força de trabalho com formação inadequada, oferta insuficiente de infra-estruturas, corrupção, saúde pública e burocracia do Estado, são sistematicamente apresentados como os "bilos" mais problemáticos para os negócios em Angola.

É nestes factores de competitividade que concorrem para um bom ambiente de negócios que o PR e os seus ministros devem concentrar todas as energias.


Editorial da edição n.º 492, de 28 de Setembro de 2018, já disponível em papel ou em versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui.