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Opinião

As chagas das privatizações

Ideias&Visões

Já vai longa a viagem e os problemas recorrentes das empresas públicas. Algumas destas, como as empresas ferroviárias de Angola são, de facto, um fardo pesado que não abonam em nada o Estado. Mantê-las sob tutela do Estado foi e, a continuar, será mais um capricho político do que económico.

A reflexão sobre isso não é nova. Mas, vamos lá, mais uma vez, por partes. Quase todas as empresas públicas de transportes estão falidas. O Estado continua a colocar dinheiro em saco roto. A começar pelos Caminho- -de-Ferro de Luanda (CFL), Caminho- de-Ferro de Benguela (CFB) e o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM). O acidente no CFB, do último dia 14 de Fevereiro, ilustra bem as amarguras do sector. Estas empresas, na situação actual, são insustentáveis, inviáveis e encobrem, apenas, a arrogância e a irresponsabilidade do Estado.

A promessa deixada, em Janeiro, como resultado das negociações entre a tutela e os trabalhadores do CFL, sobre a revisão salarial, é irrealista, difícil de concretizar e de manter, nas condições em que a empresa vem operando. Se tal acontecer será um milagre, só possível com injecção de recursos de outra origem. A não ser que haja uma alteração radical no funcionamento.

Fingir de brincar ao capitalismo é, não só, adiar o problema da viabilidade da empresa, mas fundamentalmente dos trabalhadores. É preciso tomar a sério a economia liberal, dentro dos limites, é claro.

Olhando o quadro empresarial das ferrovias nacionais, há motivos mais do que suficientes para nos entristecermos. O conservadorismo não vai transformar a situação actual do sector. E aqui falta apenas arrojo. Porque, como disse a secretária de Estado para as Finanças e Tesouro, Vera Daves, há o risco de as privatizações, em Angola, trazerem chagas e tensões. (...)

(Leia o artigo integral na edição 512 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Fevereiro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)