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"No humor, o que garante uma vida estável é a educação financeira"

HUMORISTA KOTINGO

Conhecido pelo público pela sua capacidade de fazer rir, Kotingo é o mais recente rosto do canal Mundo Fox com o programa "Tamos Juntos". Em entrevista ao Expansão, o artista admite que a crise também serve de matéria-prima para o trabalho dos humoristas.

Começou recentemente como apresentador do concurso televisivo "Tamos Juntos". Vem aí mais humor?
O "Tamos Juntos" do Mundo Fox não é um programa associado ao humor, mas sim um formato muito divertido. Com o meu lado humorístico ficou uma "cena" diferente e agradável. A dinâmica do jogo são dois concorrentes a disputar um prémio que pode chegar até 160.000 kz, mas antes tentam superar vários desafios. Não me imaginava no papel de apresentador e quando surgiu o convite da Fox, abracei de imediato este desafio.

É bom para a sua carreira?
Ser apresentador de um programa televisivo tem um impacto muito grande e é mais uma peça valiosa no meu currículo artístico.

Quando e como surgiu a vontade de ser humorista?
Desde cedo fazia rir as pessoas. Nos finais de 2007 pisei o primeiro palco como humorista, o desejo surgiu nessa altura e continuei.

Faz parte de uma nova geração de humoristas em Angola. Como está a correr a tarefa de fazer rir os angolanos?
Tem sido uma tarefa agradável. Há um ano fiz um show com tradução em linguagem gestual, uma forma de inclusão social e foi muito bom. E ter feito shows com os Tuneza em Benguela, Lobito, Huíla, Namibe e Tombwa foi espectacular. Só tenho a agradecer aos Tuneza e à 2M Produções.

O que sente ao ver o público a rir do seu humor?
Dá-me alegria, bem-estar e paz interior ao ver as pessoas rirem das minhas piadas. Sinto-me um verdadeiro terapeuta.

Que avaliação faz do humor feito em Angola?
A arte humorística a nível nacional está a crescer, mas ainda tem muito que se fazer. O facto de não estarmos parados no que diz respeito ao desenvolvimento humorístico, é bastante positivo.

O que se pode esperar do Kotingo nos próximos tempos?
Para os apreciadores do meu humor garanto que podem esperar boas coisas. Espero continuar a ser cada vez mais um bom humorista.

Em que se inspira para a criação das suas anedotas?
Tudo o que me rodeia inspira-me a criar as minhas piadas.

Qual foi o momento mais crítico da sua carreira? Já vivi vários momentos críticos na minha carreira, mas vou-me virando com eles. Sou estratega o suficiente para dar a volta a esses momentos. Como artista, o que me mantém em pé até agora é Deus, o meu público e as orações da minha família e os "meus" de verdade.

Fazer rir em Angola garante estabilidade financeira?
Fazer rir não garante estabilidade financeira. No humor, o que garante uma vida estável é a educação financeira. Eu vivo de 80% do humor e 20% de publicidades que faço nas plataformas digitais de marcas e serviços.

Num país em crise, vê hoje em dia oportunidades no mercado nacional para os humoristas?
Com a crise, a oportunidade que vejo no mercado nacional é que surgiram outros assuntos e que servem de matéria-prima para o nosso trabalho. Procura-se os humoristas no sentido de aliviar esses momentos menos bons. O resto é segredo e não posso revelar, pois é o meu trunfo.

Qual o papel do humor em tempos de crise económica?
Em tempo de crise, o humor além de fazer bem às pessoas, ajuda-as a ter uma semana com outra disposição, o que se reflecte na forma como desempenham o seu dia-a-dia. Por outro lado, os humoristas também são um meio de comunicação que pode mostrar o outro lado da moeda, onde existe esperança. É preciso fazer o público acreditar que cada um de nós tem dentro si uma força suficiente para vencer.

Dos palcos às televisões dos angolanos

Edgar Tchipoia, de nome artístico Kotingo, nasceu aos 07 de Fevereiro de 1983. Até recentemente, era apenas nos palcos que o artista podia ser seguido pelo público. Mas em Junho estreou "Tamos Juntos", uma nova produção local do Mundo FOX, um canal exclusivo da DStv.

Kotingo apresenta semanalmente, todas as terças-feiras, este formato de concurso de rua, que mostra o lado mais divertido e desportista dos luandenses, onde o limite do prémio é de 160 mil Kz.

Natural da cidade das acácias rubras, Benguela, o humorista é pai de três filhos e ressalta que quando surgiu o convite da FOX, o abraçou de imediato. "Está a ser uma experiência muito boa enquanto profissional, já que nunca me imaginei no papel de apresentador. Abracei de imediato este desafio e apaixonei-me pela apresentação", disse.