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Política monetária restritiva com IVA aumenta risco de "asfixiar" economia

BNA mantém taxa de juro de referência nos 15,50%

Controlar a tendência inflacionista gerada pela introdução do IVA com uma política monetária restritiva é, para alguns economistas, um erro que pode "asfixiar" a economia. O aconselhável seria baixar a taxa do BNA para facilitar o crédito, que está estagnado, e animar o mercado.

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola decidiu manter a taxa BNA em 15,50%, decisão contestada por dois dos três economistas ouvidos pelo Expansão, que advertem para o risco de "asfixia" da economia, numa altura em que a introdução do IVA agrava o risco inflacionista.
Francisco Paulo defende que o CPM devia "ter diminuído a taxa básica para incentivar os bancos comerciais a diminuir as taxas de juros de empréstimos e motivá-los a conceder crédito". E Wilson Chimoco alega que a "economia precisa de ser estimulada", razão pela qual seria importante que o BNA abandonasse a política de neutralidade.
"Estamos no último trimestre do ano. Não há perspectivas de recuperação da economia. O crédito no mercado está estagnado e a reduzir em termos reais e as empresas começam a fazer as suas projecções para o próximo ano, sem grandes expectativas", ilustra Chimoco, notando que a decisão correcta seria "dar indicações de manutenção da trajectória de moderação" da política monetária.
"Manter a neutralidade, numa altura em que o IVA é introduzido no mercado passa a mensagem de que os impactos do imposto sobre os preços podem ser maiores do que aqueles que estão a ser apresentados", afirma o economista, acrescentando que "quaisquer efeitos que o IVA venha a causar nos níveis de preços da economia deverão ser justificados pela especulação e não pela massa monetária em circulação". Logo, tentar reduzir os impactos do IVA, através da neutralidade da política monetária, "aumenta as especulações dos efeitos do imposto sobre os níveis de preços".

(Leia o artigo na integra na edição 544 do Expansão, de sexta-feira 04 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)