Oito em 81 empresas estão em falência técnica, 24 têm prejuízos e 27 não apresentaram contas
Entre as que apresentaram as demonstrações financeiras de 2018, sete viram as suas contas aprovadas sem reservas pelos auditores independentes. Em três (ENDE, Edições Novembro e Ferrangol), os auditores escusaram-se a emitir opinião, enquanto 10 apresentaram resultados não auditados, violando a lei.
Oito das 54 empresas públicas que apresentaram as suas demonstrações financeiras de 2018 ao IGAPE encontram-se em falência técnica, 24 obtiveram prejuízos, sete viram as contas aprovadas sem reservas, 3 foram chumbadas pelos auditores independentes, que se recusaram a emitir opinião, e 10 apresentaram as contas sem relatório do auditor. E 27 não apresentaram demonstrações financeiras.
As 54 empresas apresentaram, em conjunto, lucros superiores a 17 mil milhões Kz, o que contrasta com os resultados negativos de 115,1 mil milhões Kz, de acordo com uma análise do Expansão com base mos relatórios e contas 2018 publicados na página da internet do IGAPE.
A saída do vermelho do conjunto de 54 empresas afectas a vários ministérios (ver página 4) resulta, em parte, do facto do Banco de desenvolvimento de Angola (BDA), da Sodiam, da Endiama e da Empresa de Águas e Saneamento do Lobito (EASL) que, em conjunto, saíram de prejuízos de quase 12 mil milhões Kz em 2017 para lucros de 90 mil milhões. Só o BDA apresenta lucros de 66 mil Kz.
De acordo com especialistas consultados pelo Expansão é fundamental que o IGAPE preste atenção a estas melhorias já que "estamos a falar das contas de empresas referentes à actividade daquele que é o segundo ano de recessão da economia. De onde vêm estes resultados positivos. Será que as empresas não estarão a martelar o balanço para melhorar as contas?", questiona um especialista que pede para não ser identificado.
Em entrevista ao Expansão na edição de 28 de Junho, o presidente do IGAPE, Valter Barros explica que após o diagnóstico feito ao sector empresarial público foram detectados prejuízos brutais que requerem investigação. (...)
(Leia o artigo integral na edição 546 do Expansão, de sexta-feira, dia 18 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)