O Presidente da República confirmou no discurso de abertura da 3.ª sessão legislativa da VI legislatura, e referindo-se ao PIB, que "prevê-se para 2020 taxas positivas e retoma do crescimento económico". Num longo discurso, mais de duas horas, João Lourenço passou em revista alguns dados da nossa economia, tendo trazido um enorme desafio: "a dívida pública tem estado a rondar os 90% do PIB, estando o Executivo a trabalhar a dívida abaixo dos 60% do PIB até ao ano de 2022".

Três anos para baixar 30%, o que parece quase impossível de acontecer, tendo em vista a realidade de Angola, as receitas não tenderão a aumentar, a sua maior fonte de rendimento o petróleo não deverá ter crescimentos que possam ter este impacto no aumento do PIB, e por outro lado, a necessidade de endividamento mantém-se, uma vez que as despesas do Estado com as necessidades para implantação das autarquias a partir do final de 2020, não devem diminuir.

Neste quadro, uma queda da percentagem da dívida pública no PIB pode vir a acontecer se houver melhor gestão dos recursos financeiros disponíveis, combinada com o aumento das receitas fiscais (implica um crescimento da actividade não petrolífera), mas seguramente longe deste valor.

O presidente João Lourenço destacou na sua comunicação a inversão do saldo orçamental, boas notícias para economia, que depois de três anos em que este valor foi negativo, fechou 2018 com um valor positivo de 2,2% do PIB. Na prática significa que o País terá menores necessidades de endividamento, embora seja necessário não esquecer, e de acordo com o Presidente, que o serviço da dívida já consome 51% do OGE. (...)

(Leia o artigo integral na edição 546 do Expansão, de sexta-feira, dia 18 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)