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Partido no poder lidera votação em cenário de alto desemprego

ELEIÇÕES NO BOTSUANA MARCADAS POR APOIO DE EX-PRESIDENTE A COLIGAÇÃO DA OPOSIÇÃO

A promessa da coligação de partidos da oposição de criar 100 mil postos de trabalho, num país com uma taxa de desemprego de 20%, não foi suficiente para tirar do poder o partido que governa o Botsuana desde a independência. A contagem preliminar assegura a reeleição do BDP, mas sem maioria.

Apesar da expectativa de mudança, que marcou a campanha para as eleições-gerais de quarta-feira, 23 de Outubro, o Partido Democrático do Botsuana (BDP), no poder desde a independência, há 53 anos, liderava a contagem dos votos, no final do dia de quinta-feira, tendo vencido em sete dos 57 círculos eleitorais, posicionando-se para ganhar, embora sem maioria.

Em segundo lugar, quando estavam contabilizados 11% dos votos, surgia a coligação de três partidos da oposição por uma Alternativa Democrática, denominada Umbrella for Democratic Change (UDC), com três círculos eleitorais conquistados, e que contou nestas eleições com o apoio declarado do ex-Presidente Ian Khama e com a promessa eleitoral de criação de 100 mil empregos.

Ian Khama, que esgotou os 10 anos de mandato, limite imposto pela Constituição, em 2018, sendo substituído no cargo pelo actual presidente e primeiro- -ministro Mokgweetsi Masisi, declarou o seu voto na coligação de partidos da oposição, liderada por Duma Boko, lançando a incerteza num dos países mais estáveis de África, num cenário económico de alto desemprego, desigualdade social e dependência dos diamantes, indústria que gerou uma receita para o Estado de 3,5 mil milhões USD em 2018.

O BDP, partido de direita liderado por Mokgweetsi Masisi, de 58 anos, que anulou muitas medidas do seu antecessor, como as limitações na caça ao elefante, enfrentava ainda rumores de corrupção e acusações por os principais sectores da economia estarem tomados por interesses estrangeiros, como ficou evidente durante um debate promovido pela BBC em Gabarone.

"A construção é um sector dominado pela China, o comércio é dominado pela Ásia. Não há uma única indústria neste país dominada pelo Botsuana, excepto o sector informal", afirmou Dumelang Saleshando, vice-presidente da UDC, durante um debate na BBC, onde os diamantes se tornaram uma fonte de embaraço para o partido no poder. (...)


(Leia o artigo integral na edição 547 do Expansão, de sexta-feira, dia 25 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)