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Mais oferta que procura nos leilões valoriza kwanza face a USD e EUR

EM CAUSA A 'SECA' DE LIQUIDEZ NOS BANCOS

Sem kwanzas não se compram dólares ou euros e a fraca presença de instituições bancárias nos leilões do BNA, onde só foram vendidas 72% das divisas, fez cumprir a máxima da oferta e da procura: com menor procura, os preços (no caso a taxa de câmbio) baixam. BNA volta a mudar regras dos leilões.

Os efeitos da "seca" de liquidez à banca, que estava obrigada no início da semana a aumentar de 17% para 22% os coeficientes de reserva obrigatória junto do BNA, fez se sentir no mercado cambial tendo sido contrariada a tendência de depreciação do Kwanza face ao dólar e ao Euro.

Sem kwanzas não se compram euros ou dólares e a fraca presença de instituições bancárias nos leilões do BNA, onde só foram vendidas 72% das divisas, fez cumprir a máxima da oferta e da procura: menor procura, os preços (no caso a taxa de câmbio) baixam.

Cálculos do Expansão revelam que o Kwanza apreciou 6% face ao dólar e 7% face ao euro desde segunda-feira, o dia em que entrava em vigor a obrigatoriedade das instituições bancárias aumentarem as suas reservas obrigatórias no banco central. Esta quinta-feira, a taxa média de câmbio do kwanza face à moeda norte-americana era de 465,67 Kz por USD, depois de ter iniciado a semana nos 494,22 Kz por USD. Quanto ao euro, quinta- feira, estava a 515,85 Kz.

Na segunda-feira marcaram presença nos leilões 12 bancos, reduzindo para 8 na terça-feira e 6 na quarta-feira. Já esta quinta-feira, o leilão de preços, a modalidade tradicional de venda de divisas pelo BNA aos Bancos comerciais foi suspenso na sequência do surgimento de novas regras para participação dos leilões (ver caixa). Embora não se tenha realizado o leilão de preços, o BNA realizou a venda directa para cobertura de cartas de crédito.

Esta semana, o BNA realizou três leilões em que disponibilizou 60 milhões de euros (20 milhões euros por dia), mas os bancos só ficaram com 42,9 milhões. De acordo com responsáveis de bancos consultados pelo Expansão, a redução de participantes aos leilões é explicada pelo facto de a maioria dos bancos comerciais em Angola estarem sem liquidez para ir aos leilões. Para fazer face a essa falta de liquidez, os bancos têm tentado desfazer-se de alguns títulos de dívida pública. Outra fonte clarificou com um exemplo hipotético que um banco que tenha 2 mil milhões Kz em depósitos necessita de arranjar 100 milhões (equivalentes a 5%) para reforçar o depósito junto do BNA até segunda-feira passada.

Ainda de acordo com a fonte, a maior parte dos depósitos está investida em títulos e obrigações de dívida pública, não deixando outra alternativa aos bancos a não ser desfazer-se destes activos para ter liquidez para fazer face a esta obrigação do BNA. (...)


(Leia o artigo integral na edição 549 do Expansão, de sexta-feira, dia 8 de Novembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)