Contestação ao Franco CFA aumenta com 14 países a afinarem estratégia para autonomia monetária
Analistas alertam para risco de saída das reservas do Banco da França, como perda da paridade ao Euro, mas países do Franco CFA dizem que precisam de investir e não de controlar inflação.
O Presidente do Benin, Patrice Talon, assumiu-se como líder de um movimento de contestação ao Franco CFA, moeda usada por 14 países, ao afirmar que os oito estados de África Ocidental que usam a moeda planeiam retirar as suas reservas do banco central francês e pôr fim a um modelo que lhes retira autonomia na política monetária.
O movimento, que integra na África Ocidental o Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo, alastrou-se aos seis países de África Central que usam a mesma moeda: Camarões, Chade, República Centro-Africana, Guiné Equatorial, Gabão e República do Congo. O Franco CFA, criado em 1945, é uma moeda vinculada ao Euro, através da França, que garante a sua convertibilidade, mas com a condição de os países depositarem 50% das suas reservas no Banco da França.
No dia 22, os líderes daqueles seis países da África Central reuniram em Yaoundé para analisar a "cooperação monetária com a França". E encarregaram o Banco dos Estados da África Central, que serve os seis países da Comunidade Económica dos Estados da África Central, de propor um "plano adequado para a evolução da moeda".
O Franco CFA foi lançado como "franco das colónias francesas" em África e subdividiu-se em duas variantes geográficas, uma para África Ocidental e outra para África Central.
Mas a sua ligação umbilical a França impede os países que usam o Franco CFA de exercerem soberania sobre a sua moeda, para além da questão política e simbólica, como salienta o economista congolês Noel Magloire Ndoba. (...)
(Leia o artigo integral na edição 552 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Novembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)