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África

CEOs em tribunal no Gana por "colapso" do sistema financeiro

LIMPEZA LEVOU AO ENCERRAMENTO DE 9 BANCOS E MAIS DE 400 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Nos últimos 2 anos, o Estado gastou mais de 2,9 mil milhões USD para resgatar bancos, salvaguardar depósitos e reconfigurar o sistema financeiro, depois de uma limpeza ao sector, iniciada em Agosto de 2017. Vários CEOs de bancos começaram a ser julgados, mas há mais acusações na calha, segundo o presidente ganês.

O ex-presidente do conselho de administração (CEO) do Beige Bank, Michael Nyinaku, e o fundador do UT Bank, Kofi Amoabeng, são os mais recentes acusados, numa vaga de detenções de por responsabilidade na crise que abalou o sector financeiro e levou ao encerramento de 9 bancos, obrigando o governo a um resgate de 2,2 mil milhões USD.

Michael Nyinaku e o príncipe Kofi Amoabeng foram acusados, em processos separados, pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro e roubo.

Estes dois juntam-se a três dezenas de pessoas responsabilizadas criminalmente, em Outubro de 2019, entre os quais se destaca o ex-director executivo do extinto Capital Bank, William Ato Essien, pelo seu papel central no colapso do banco.

Ato Essien foi o primeiro alto quadro a ser acusado, numa acção que visou outros três executivos do extinto banco: Fitzgerald Odonkor, Kate Quartey-Papafio e Tetteh Nettey. Todos eles foram acusados pelo Tribunal Superior de Acra de conspiração para roubar, roubo e lavagem de dinheiro, numa acção que visa recuperar algum dinheiro.

Mais acções deverão ser instaurados, como frisou o Presidente ganês esta terça-feira, numa conferência anual na Universidade do Gana, onde anunciou que mais envolvidos serão processados para responder pelos seus erros, que puseram em causa cerca de 6.500 empregos.

"Começámos a levar os responsáveis pela crise bancária à justiça. Temos um caso no Tribunal e, se houver evidências de criminalidade nas outras investigações em andamento, que, de acordo com minhas informações, são prováveis, então os autores dessas crises, ou seja, tanto os reguladores quanto os indivíduos, enfrentarão a justiça em breve", afirmou o Presidente Akufo-Addo, citado pelo portal de notícias Ghana News.

A escala da crise no sistema financeiro veio à tona quando o governo do Presidente Akufo-Addo iniciou, em Agosto de 2017, uma limpeza no sector para "remediar anos de má governação e fraca supervisão regulatória", como refere a agência Bloomberg.

A limpeza no sector resultou no encerramento de nove bancos comerciais, 347 empresas de microfinanças, 39 empresas de microcrédito ou financiadores, 15 empresas de poupança e empréstimos, oito empresas financeiras e duas não financeiras. Cinco dos nove bancos encerrados foram fundidos numa única instituição, que passou a ter a designação de Banco Consolidado. (...)


(Leia o artigo integral na edição 557 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Janeiro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)