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Angola

"Cimeira de Investimento Reino Unido-África é oportunidade de ouro para exibir Angola aos investidores"

GARANTE O MINISTRO DO REINO UNIDO PARA ÁFRICA, ANDREW STEPHENSON

Em entrevista ao Expansão, o ministro do Reino Unido para África, Andrew Stephenson, diz que Angola deve aproveitar a montra que é a primeira Cimeira de Investimento Reino Unido-África, que arranca a 20 de Janeiro, em Londres, para trazer parte dos triliões de libras que Londres tem disponíveis para investir ao nível dos privados.

O ministro de Boris Johnson mostra também ao que vem: a saída da União Europeia obriga a procurar mercados alternativos e, aqui, Angola será sempre apetecível. Entretanto, João Lourenço já anunciou que, por motivos de agenda, não estará na cimeira.

Qual é o propósito da sua visita a Angola?
Esta é a minha primeira visita a Angola. E a minha visita acontece antes da African Investment Summit [Cimeira de Investimento Reino Unido-África] que terá lugar a 20 de Janeiro, em Londres. Eu estava muito interessado em vir aqui para conhecer melhor as oportunidades de investimento para empresas britânicas, e também sobre como podemos trabalhar em parceria num conjunto de assuntos de interesse comum.

Como define hoje em dia as relações entre os dois países?
Eu acho que é um relacionamento forte, no qual eu vejo muito mais potencial. Por isso, estou muito interessado em ver as relações serem fortalecidas e aprofundadas nesta Cimeira. Estamos muito entusiasmados com a saída do Reino Unido da União Europeia, está nas nossas mãos desenvolver as nossas relações em todo o mundo e fortalecer e aprofundar as que já temos com os que já são nossos parceiros. Portanto, estamos a aumentar a nossa rede diplomática, a recrutar mais pessoas, aqui em Angola e em outras partes de África, e estamos a procurar garantir que as relações que temos ao redor do mundo sejam realmente utilizadas para prosperidade mútua, trabalhando juntos em várias questões, não apenas empregos e prosperidade, mas também noutras como as mudanças climáticas.

Portanto o Brexit acaba por ser uma oportunidade para vários países africanos, já que o Reino Unido estará forçado a procurar outros mercados. E que oportunidades estão hoje disponíveis para África?
Eu vejo muitas oportunidades, as empresas britânicas estão cá há muito tempo, Londres não é apenas o centro financeiro do Reino Unido, é um centro financeiro global, temos várias empresas africanas na Bolsa de Londres. Penso que existe uma enorme margem para reforçar e aprofundar a parceria entre Angola e o Reino Unido. Vemos uma população jovem e crescente, vemos um presidente que quer reformar e que quer liberalizar a economia e combater a corrupção, e acho que, no Reino Unido, precisamos de mudar algumas da nossas percepções entretanto já ultrapassadas sobre Angola. Londres frequentemente concentrou- se fortemente na Europa, na América ou no Extremo Oriente. Portanto, uma das razões por trás da African Investment Summit é fazer com que a cidade de Londres e empresas privadas no Reino Unido olhem novamente para países como Angola e vejam as oportunidades de parcerias. E há uma enorme variedade de oportunidades em áreas como a saúde, a educação, as mudanças climáticas.

Quantos países vão estar neste encontro?
Vamos juntar 21 países africanos, países com os quais o Reino Unido já tem relações fortes ou onde veja oportunidades para aprofundar essas relações. Há muitas empresas britânicas que estão cá há décadas em Angola. Mas há muitos países que nunca consideraram investir em Angola, e por isso o African Investment Summit vai juntar todos esses países, reunindo não só os membros do governo britânico, mas representantes da cidade de Londres, de empresas privadas e sociedades de financiamento internacionais. Estarão todos juntos num só espaço. Estamos muito satisfeitos com a delegação de força que acompanha o presidente João Lourenço. Felizmente vamos dar-lhes a oportunidade de mostrar as impressionantes reformas económicas que estão a aplicar no país, mas também para mostrarem as oportunidades de negócio em que os britânicos podem investir em Angola, para trabalhar em parceiras e desenvolver o país. Esta é uma oportunidade de ouro para exibir Angola. Acho que o Reino Unido no passado não esteve tão presente como deveria. Angola tem vários parceiros em todo o mundo, mas a nossa ambição é tornarmo-nos um dos parceiros principais. (...)


(Leia o artigo integral na edição 557 do Expansão, de sexta-feira, dia 17 de Janeiro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)