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Angola

Nova era da diplomacia angolana levou João Lourenço a 29 viagens ao estrangeiro

COMBATE À CORRUPÇÃO E ABERTURA AO INVESTIMENTO ESTRANGEIRO NA "BAGAGEM"

O chefe de Estado deslocou-se oficialmente 17 vezes a países africanos, sete à Europa, duas à Ásia, duas ao continente americano e uma vez a um país árabe. Pelo meio, acenou com as reformas que tem aplicado no País e recebeu, em troca, mais linhas de crédito e financiamentos.

Desde que assumiu funções, o Presidente da República já se deslocou 29 vezes ao estrangeiro em visitas de Estado. João Lourenço acenou com o combate à corrupção e a abertura do País ao investimento estrangeiro em Angola e trouxe na bagagem mais linhas de crédito e financiamentos, sobretudo da Europa, animada que está com a luta contra a corrupção.

O sinal de que o roteiro na busca de dinheiro estava traçado foi dado no discurso de tomada de posse, no final de 2017. João Lourenço garantiu que a diplomacia económica, uma das mais importantes vertentes da política externa angolana, passaria pela cooperação estritamente económica e comercial do relacionamento bilateral, regional e multilateral. O objectivo foi claro: promover a imagem do País no exterior, com a expectativa de aumentar a exportação de bens e serviços, mas também para a captação de investimento estrangeiro.

Assim seria dada primazia a parceiros como os Estados Unidos, China, Rússia, Brasil, Índia, Japão, Alemanha, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Coreia do Sul, que no entender do chefe do Executivo sempre respeitaram a soberania angolana, num discurso em que não se referiu a Portugal, país que, à data, era o segundo maior parceiro comercial.

Destes, foi o maior credor angolano, a China, a dar o primeiro sinal a João Lourenço de que estava disponível a continuar a financiar o País, mas com uma ressalva: agora os projectos a financiar têm que ter um racional de investimento, garantindo retorno financeiro ao País.

Em Outubro de 2018, o Banco de Desenvolvimento da China anunciou uma linha de crédito de 2 mil milhões USD ao abrigo de um acordo assinado em Pequim, aquando da visita de Estado de João Lourenço à China, valor que segundo alguns analistas ficou abaixo do pretendido, já que Angola buscava um financiamento próximo dos 11 mil milhões de USD. "Angola queria mais que os 2 mil milhões USD para desafogar os cofres públicos e implementar alguns programas assumidos pelo Governo, não conseguiu. Mas ainda assim, o financiamento obtido foi bom para o País", disse um analista. (...)


(Editorial da edição 563 do Expansão, de sexta-feira, dia 28 de Fevereiro de 2020, já disponível em papel ou em versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)