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Já há produtores a vender petróleo 10 USD abaixo do valor de mercado de futuros

COMBINADOS OS FACTORES "GUERRA DOS PREÇOS", CORONAVÍRUS E REDUÇÃO DA OFERTA

A oferta por carregamentos em mercado de futuros reduziu drasticamente nas últimas semanas. A aumentar estão as vendas no mercado físico que nalguns países serviam para vender os barris que sobravam por não se ter conseguido vender em mercado de futuros.

O excesso de oferta está a provocar nas últimas três semanas uma forte redução no volume de encomendas e vendas de petróleo bruto via mercado de futuros, o principal meio de venda desta matéria-prima onde comprador e vendedor acertam um preço por barril para uma quantidade do produto.

Contrariamente ao que acontecia até recentemente com a maior parte do petróleo produzido no mundo, que era essencialmente vendido em mercado de futuros, os compradores estão a preferir comprar no mercado físico, a preços spot, oferecidos diariamente pelos países produtores que na ânsia de despachar o seu produto, estão a praticar descontos entre os 3 e os 17 USD, tendo como referência para esses descontos os preços do principal mercado para a vendas do "ouro negro", o mercado de futuros, revelam consultoras internacionais.

Embora o preço do brent, referência internacional para as exportações de vários países incluindo Angola, tenha registado uma queda de aproximadamente 60% este ano, tendo estabilizado entre os 24 e 27 USD por barril (de segunda a quarta-feira desta semana), desde que eclodiu a guerra dos preços, os descontos praticados pelos países produtores levaram a matéria prima a ser comercializada a 15 e a 10 USD. Se olharmos para a referência para o petróleo americano, o WTI, há empresas a vender crude a 8 USD.

O petróleo bruto no mercado físico é negociado com um prémio (valor oferecido acima do preço do mercado) ou desconto para o Brent, West Texas Intermediate e outros benchmarks. Os prêmios estão a reduzir e na maior parte dos casos a desaparecer para dar lugar aos descontos que actualmente aumentaram. Mas a situação actual é quase sem precedentes, com os descontos em alguns casos a atingir o valor mais elevado de várias décadas. (...)


(Leia o artigo integral na edição 567 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Março de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)