Organizar o comércio no campo sem utopias
O novo ministro do Comércio, Victor Fernandes, tem de reverter o contorcionismo dos produtores rurais. A orientação do Presidente vai na direcção de transformar o campo, levar mais esperança e alternativas às populações do meio rural.
Neste sentido, o ministro tem a seu favor a ascensão da pequena produção agrícola nacional. Os desafios são enormes e são, cada vez mais, evidentes os sinais de que o Estado tem de apoiar os pequenos produtores rurais, com estradas ou sem elas.
Num País subdesenvolvido, com produção agrícola essencialmente rudimentar, é utopia partir para soluções de primeiro mundo. O ministro tem, assim, a oportunidade de mostrar a sua capacidade de juntar sinergias sem colocar de parte os meios tradicionais de mobilidade aí onde a modernidade não chega, nem vai chegar tão cedo.
A orientação do titular do poder Executivo direcciona-se em favor da ampliação da capacidade de intervenção do Estado para amenizar o grito dos produtores nacionais que não conseguem colocar os produtos nos principais centros de consumo.
O Presidente acredita que o comércio pode ajudar a mudar o campo, impulsionar a vida no meio rural, as trocas entre a cidade e o campo e mudar a vida dos angolanos, lá onde o Estado não vai chegar tão cedo.
O recado do Presidente mostra velhas certezas. É a evidência de que o que parece impossível pode acontecer. Porque os velhos ditames estão a desabar.
Tais ditames residem, por exemplo, na insistência de programas que, à partida, estão fadados à morte prematura, como o antigo PAPAGRO. Foi uma iniciativa política deliberada em que o erro se deveu à restrição do debate. (...)
(Leia o artigo integral na edição 567 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Março de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)