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Opinião

Transformação da estrutura da economia angolana em tempo de Covid-19

Milagre ou miragem?

No final do mês de Maio, o Presidente João Lourenço frisou a necessidade de concertação para que "a estrutura económica de Angola seja definitivamente alterada".

Por isso, foi com bastante agrado que ouvimos a Economista Chefe do FMI, Gita Gopinath, enquanto oradora principal do workshop sobre "Transformação Estrutural e Crescimento Económico" realizado no dia 4 de Junho por um consórcio de investigação científica liderado pelo The Centre for Economic Policy Research do Reino Unido. A profª Gita Gopinath centrou a sua abordagem no impacto que o "grande confinamento"(1) teve nas opções de transformação estrutural das economias menos desenvolvidas e nos países emergentes.

Da discussão que se seguiu ficou patente que as medidas de alívio adoptadas, particularmente nos países ricos, poderão não ser suficientes para se evitar um longo período de recessão global. Notem que nesses países, graças ao sistema de protecção social existente, as pessoas estão a receber apoios do governo. Porém, essas medidas são insuficientes para estimular o consumo agregado e, consequentemente, a actividade produtiva. As pessoas recebem ajuda, mas não podem gastar tanto devido às regras de distanciamento social e em muitos casos de confinamento.

Os participantes assinalaram que a crise veio acelerar o processo de automatização da produção. Isto para um País como Angola onde o desemprego afecta mais de 50% da sua juventude e a taxa global situa-se acima dos 30%, representa um desafio ainda maior. Até que haja uma vacina contra a Covid-19 as empresas serão forçadas a automatizar muitos dos seus processos. É preciso que o Executivo disponibilize recursos para que sejam feitos estudos sobre o impacto que essas mudanças poderão ter no futuro do emprego em Angola bem como sejam apresentadas propostas de medidas de política. Uma tal mudança tem sérias implicações no actual sistema de educação (nos vários níveis) e formação profissional em Angola.

Um outro assunto abordado foi o impacto que essa crise teve no comércio mundial. Os países ricos sempre defenderam que as economias menos desenvolvidas e os países emergentes deveriam abrir-se para o comércio mundial.

(Leia o artigo integral na edição 579 do Expansão, de sexta-feira, dia 19 de Junho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)