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Opinião

Investigação científica em Angola - Possibilidade de desenvolvimento e criticidade

Convidado

Antes de analisar a investigação científica em Angola, é necessário sublinhar o que se entende por investigação científica, tanto a nível universitário quanto industrial; de facto, sabe-se que a investigação científica e tecnológica é confiada principalmente às universidades e à indústria.

A investigação científica, considerada, não apenas em economia, um dos factores-chave para o crescimento, o progresso técnico-científico da sociedade, é uma actividade desenvolvida principalmente por cientistas, investigadores ou outros estudiosos com o objectivo de encontrar a solução para um problema específico, de descobrir, interpretar e revisar factos, eventos, comportamentos e teorias usando métodos intersubjectivos e compartilhados com uma base científica sólida.

A investigação científica desenvolve-se, essencialmente, ao longo de três linhas principais que levam em conta a natureza, os objectivos e os procedimentos.

No que diz respeito à sua natureza, a investigação científica pode ser dividida essencialmente em quatro áreas principais e, mais precisamente, em investigação básica, investigação aplicada, investigação teórica e investigação experimental.

Os objectivos da investigação são essencialmente divididos em investigação exploratória, investigação descritiva e investigação explicativa.

A investigação científica também possui procedimentos próprios que são essencialmente a investigação bibliográfica, a investigação de documentos, os estudos de caso, a investigação-acção, a investigação participativa e a investigação ex-post facto.

Tendo feito essa premissa sobre o que se entende por investigação científica, agora podemos analisar a investigação científica em Angola, destacando porque ela não se desenvolve adequadamente.

Embora em muitas ocasiões se fale da necessidade de expandir as actividades de investigação, infelizmente, com as devidas excepções, assim como o Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, ela ainda não a desenvolve devido a diferentes razões e diferentes maneiras de entendê-la.

Substancialmente, a investigação científica em Angola é desvalorizada por alguns pontos críticos que precisam ser analisados.

O primeiro ponto crítico é, certamente, a falta de desenvolvimento de técnicas de investigação nas salas de aula das universidades. A universidade angolana baseia-se principalmente e essencialmente no lema "ensino/aprendizagem, não possibilitando a activação de técnicas de investigação nas aulas e, portanto, o aluno, mais frequentemente, é induzido a uma mera actividade de copiar e colar informações.

Embora muitos estudos destaquem a dificuldade prática de implementar uma relação significativa entre investigação e ensino, há muitas propostas para redesenhar um currículo que envolva os estudantes em actividades de investigação.

Em 2004, Griffith propôs quatro metodologias para melhorar o relacionamento entre Investigação e Didáctica e desenvolver técnicas e métodos de investigação nos alunos. Elas são a investigação guiada, a investigação baseada, a investigação realizada e a investigação orientada.

Outro ponto crítico é certamente a má interpretação do grau de Ph.D. (Philosophy Doctor), termo vinculado aos grandes filósofos gregos e romanos que eram também excelentes pesquisadores.

*Professor Catedrático de Geografia Física e Geomorfologia

(Leia o artigo integral na edição 580 do Expansão, de sexta-feira, dia 26 de Junho de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)