Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Empresas & Mercados

Bancos resistem ao BNA e "preferem" multas à concessão de crédito de risco

Alegam fraca qualidade dos projectos submetidos e falta de garantias

A falta de qualidade dos projectos submetidos pelas empresas aos bancos nos pedidos de crédito e as taxas de juro baixas fazem com que as instituições bancárias resistam ao forcing do BNA que os quer obrigar a aumentar os empréstimos à economia, numa aversão ao malparado em que compensa mais pagar multas do que correr riscos, admitiram ao Expansão várias fontes do sistema financeiro nacional.

Acresce que, segundo estas fontes, muitos dos operadores económicos que apresentam as propostas à banca não sabem ou não têm experiência do negócio que vão realizar. Quanto às taxas de juro, que nos créditos a projectos para aumentar a produção nacional devem ser no máximo de 7,5%, estas são consideradas demasiado baixas já que estão bem abaixo da inflação, com os bancos a considerarem que perdem dinheiro ao conceder este tipo de créditos.

Na prática, em vez de os bancos se lançarem em operações cujos rendimentos se advinham duvidosos ou pouco apetecíveis, as instituições bancárias procuram as opções de menor risco, como aplicações em dívida pública ou até aplicar a sua liquidez no mercado cambial. Acresce que as multas do banco central por incumprimento de obrigações na concessão de crédito são consideradas de baixo valor - em Julho o BNA multou 12 bancos com multas entre os 34,5 milhões e 39 milhões - e, por essa razão, acabam por optar em correr o risco de serem multados em vez de mais tarde assumirem perdas por créditos incobráveis. Só em Maio último, o malparado estava situado nos 34,5% do total de crédito (ver gráfico). Contas feitas, o valor do malparado sobre o volume total de crédito - de 5,2 biliões Kz - é de quase dois biliões Kz, precisamente 1,8 biliões.

O elevado malparado põe em causa as operações dos bancos, veja-se o caso do Banco de Poupança e Crédito (BPC), que há vários anos está a tentar "limpar" o crédito de cobrança duvidosa dos seus balanços, admitiu ao Expansão o administrador de uma das instituições bancárias, sob anonimato.

(Leia o artigo integral na edição 586 do Expansão, de sexta-feira, dia 7 de Agosto de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)