Importação de produtos alimentares baixou 199 milhões de dólares
A quebra nas importações de bens alimentares no primeiro trimestre de 2020 foi de 199,1 milhões USD, passando de 717,5 milhões no IV trimestre de 2019 para apenas 518,4 milhões. Uma parte do diferencial pode ser explicado pelo ajustamento cambial, mas a maior fatia tem a ver com a quebra real dos produtos importados, explicado pela época do ano, em Janeiro e Fevereiro existe sempre uma baixa no consumo, mas também porque a produção nacional vai ganhando espaço nas escolhas dos consumidores, ou então os angolanos estão a consumir menos. Esta quebra é tanto mais significativa porque representa uma quebra de 27,8% face ao IV trimestre de 2019.
Outra quebra importante aconteceu na categoria dos combustíveis, menos 106,3 milhões USD, uma descida de 29.6%, embora aqui a explicação da baixa de preços em Fevereiro e Março seja mais consensual, até porque houve um aumento das quantidades adquiridas no estrangeiro. O preço médio do combustível (FOB) comprado no IV trimestre de 2019 foi de 960 USD/ton, enquanto que no I trimestre deste ano foi de 581 USD/ton.
Uma terceira categoria igualmente importante, "máquinas, aparelhos mecânicos e eléctricos", teve uma queda de 11%, mas ainda um decréscimo de 78,1 milhões USD. No global, todas as principais categorias (ver gráfico) tiveram decréscimos em valor, o que resultou numa quebra global de 636,6 milhões USD, menos 20,6% em comparação com o último trimestre de 2019.
As importações de bens de consumo corrente apresentaram um peso de 62,4% na estrutura das importações, enquanto que o peso dos bens de capital e de consumo intermédio foi de 24,1% e 13,6%, respectivamente. Importa referir, tal como refere o relatório do BNA, que as importações de bens de consumo corrente, bens de capital e de consumo intermédio registaram reduções de 21,4%, 21,3% e 15,7%, comparativamente com o trimestre anterior.
Origens das importações
Relativamente às origens das nossas importações, apesar de ter tido a maior quebra, menos 189,3 milhões USD, a China continua à frente dos fornecedores do nosso mercado. Segue-se Portugal, que lidera na categoria de "alimentação e bebidas", teve um decréscimo de 131,7 milhões, menos 27,7% do que tinha vendido a Angola no trimestre anterior. Na terceira posição aparecem os Estados Unidos, também diminuiu o valor de vendas ao nosso País, embora com uma menor dimensão - 25,8 milhões USD.
(Leia o artigo integral na edição 591 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Setembro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)