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"É importante que cultura e economia caminhem juntos sem se corromperem"

Indira Grandé em entrevista ao Expansão

Como recebeu o convite para participar na exposição "Pelos nossos olhos, Narrativas da Feminidade angolana"? Recebi o convite pela curadora da exposição e crítica de arte Tila Likunzi. Fiquei bastante entusiasmada, porque nunca participei numa exposição virtual e internacional. Sem dúvida, a Tila fez magia e tudo foi possível.

O que representa fazer parte do colectivo que dá a conhecer a feminidade angolana?

É um colectivo de mulheres bastante poderoso a nível artístico e sobre as narrativas que abordam, estamos a falar de oito artistas. Passamos, neste momento, por um período super difícil e todos os projectos com esta magnitude criam-me um êxtase enorme. São vários olhares e acredito que nesta exposição, não só estão representadas as mulheres, mas também toda uma sociedade. É uma caminhada longa: ocupar espaços, desconstruir narrativas, a arte tem este objectivo.

O que apresenta ao público nesta exposição?

Apresentei o "Neonato", projecto que fez parte do Fuckin"Globo 2018. O Neonato explora três narrativas no feminino: a mãe, a mulher e a artista. Um questionamento sobre os papéis sociais e as questões de género.

Como está a conviver com o confinamento?

Não sei o dia de amanhã, perdemos grandes mestres este ano, tudo mudou. A Covid-19 fez com que me reinventasse, o "anormal" normalizou-se e criou em mim outras vontades. A pintura, que estava um pouco esquecida, em 2019, voltou. A literatura e a poesia são as minhas armas de defesa para algo que não controlo e que não tem vacina oficial. Há dias mais cinzas, outros mais coloridos. Mas o importante é não parar.

Como alterou a sua agenda?

Quando foi anunciado o estado de emergência, fazia parte de uma exposição colectiva do Fuckin"Globo e tivemos de parar tudo. Mas, como lhe disse, o ser humano adapta-se e segue em frente. O que custou mais foi aprender a viver com as saudades de quem amo, mas até esta saudade serviu de fonte de inspiração para fazer mais e mais poesia. O amor, a saudade e a poesia sempre caminharam juntos.
Tem estado a desenvolver o projecto Poesia no cubico.

Como tem sido esta partilha de conhecimento?

Poesia no Cubico tem crescido imenso, a família virtual de partilha de cultura e poesia em casa. É mais um projecto que me tem enriquecido imenso. Todas as sextas-feiras partilho poesia universal, tenho aprendido muito, conhecido poetas e escritores e, em certa medida, interagido e partilhado com o público que acompanha o projecto. São eles os responsáveis pelo crescimento do projecto, enviam vídeos a declamar, sugerem poemas. Nem eu tinha noção que ia crescer tanto. Tenho novidades para breve, mas não quero adiantar-me ainda.

(Leia a entrevista integral na edição 602 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Novembro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)