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"A indústria da aviação e a TAAG apresentarão prejuízos históricos em 2020"

Empresa admite rever rotas e renegociar contratos com trabalhadores

O CEO da companhia aérea, Rui Carreira, em conversa com o Expansão, reconhece que a pandemia da Covid-19 trouxe desafios difíceis de superar tão depressa no sector da aviação, com casos de quebra de actividade próximas dos 100% um pouco por todo o continente africano. TAAG não foge à regra e foi afectada pela crise cujo fim ainda é incerto.

A TAAG registou no exercício financeiro 2019 o seu maior prejuízo da década, obtendo um resultado líquido negativo de 134,6 mil milhões Kz. Como justifica estes prejuízos?

A TAAG já teve resultados piores no passado. Por força das características da sua actividade prepara as suas Demonstrações Financeiras em Kwanzas e dólares, sendo o Kwanza a moeda de relato e USD a moeda de gestão. O desempenho da companhia não poderá ser analisado na base de umas das moedas / na óptica dos Kwanzas. No decurso do ano de 2019, a depreciação acumulada da moeda nacional ascendeu a 58%, mantendo a trajectória de desvalorização severa dos exercícios precedentes. Portanto, achamos que a comparação do resultado em Kwanzas com anos transactos é ilusória, na medida em que não é rigorosamente a mesma coisa 1USD equivaler a 100 Kz e 1 USD equivaler a 700 Kz.

O que destaca das contas em 2019?

Neste contexto, registamos o aumento nominal em Kwanzas na receita de 14% que corresponde a uma redução real de cerca de 133 milhões USD; a variação positiva dos custos operacionais de 31,9 mil milhões KZ decorre da sua indexação ao USD, (exceptuando as rubricas de stocks e custos com o pessoal), o que na realidade corresponde a uma redução de milhões USD; O impacto líquido da desvalorização cambial ascende a 27,4 mil Kz; e o aumento registado na rubrica de "outros proveitos e ganhos não operacionais" decorre da actualização das provisões para dívidas de cobrança duvidosa, existências, processos judiciais em curso e outros riscos e encargos. Não obstante reconhecermos que há um conjunto de medidas de reestruturação cuja implementação é crítica, quer na TAAG quer no sector da aviação civil em geral, a trajectória de forte desvalorização da moeda nacional registada nos últimos anos contribui drasticamente para o avolumar dos prejuízos.

A desvalorização cambial continua a pesar nas contas da TAAG...

De facto, a depreciação nominal majora a retracção do investimento e a retracção das decisões de consumo, fruto da perda de poder de compra das pessoas e das empresas. Estes factores suportam a degradação progressiva da receita em termos reais. Em contrapartida, a elevada exposição cambial e incorporação de factores produtivos denominados em moeda forte, (ie. taxas aeroportuárias e de navegação, JET A1, manutenção de aeronaves, financiamentos externos, etc) propicia o descasalamento cambial entre a receita e a despesa.

(Leia o artigo integral na edição 607 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Janeiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)