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África

Governo moçambicano e Total reforçam segurança no empreendimento da 'cidade do gás'

Devido à aproximação das forças rebeldes

O presidente da Total, Patrick Pouyanné, e o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, acordaram, na segunda-feira, 18, reforçar a segurança do empreendimento de gás natural em Cabo Delgado, que a petrolífera francesa está a construir, devido à aproximação dos grupos rebeldes armados da área de construção, que há três anos se concentram sobretudo na capital, Pemba, no norte do país.

A "cidade do gás" e respectiva zona industrial - para liquefação do gás puxado para terra a partir das perfurações no fundo do mar da bacia do Rovuma -, é o maior investimento privado em curso em África, orçado entre 20 e 25 mil milhões de euros e representa a garantia de desenvolvimento de Moçambique nas próximas décadas.

"A Total e o Governo estão em sintonia: o que vai acontecer é um reforço das medidas de segurança", disse uma fonte do governo de Moçambique à Lusa.

Em Agosto de 2020, a Total e o governo moçambicano acordaram uma revisão do memorando de entendimento conjunto, de forma a deslocar para o empreendimento a intervenção das Forças de Defesa e Segurança (FDS) para proteção do projeto, que agora é reforçada, dado o aproximar da fase de edificação do empreendimento, com mais actividades a decorrer e mais movimentação de trabalhadores.

Em finais de 2020 a Total abrandou o ritmo da obra e dispensou muitos trabalhadores, devido ao escalar da violência com a aproximação dos rebeldes, alguns auto-denominados "jihadistas" do Estado Islâmico.

De acordo com o governo, "o projeto é para continuar, mantendo-se as datas previstas", de início de exploração em 2024.

Ronan Bescond, diretor-geral da Total em Moçambique, disse em Outubro, em Maputo, que "um ambiente seguro e uma rede de estradas robusta são pré-condições para o projecto cumprir a promessa de catalisar o crescimento e desenvolvimento do distrito de Palma e do país".

A violência armada em Cabo Delgado já provocou cerca de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação nem alimentos.