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África

Educação e fintech são apostas de investidores digitais em África

Pandemia da Covid-19 veio expor atraso na transição tecnológica no continente

A educação e os serviços financeiros digitais são os dois sectores que oferecem as melhores oportunidades de negócio em África, no período pós-Covid-19, à boleia do impulso dado pela pandemia em 2020, que veio acelerar a mudança para formas digitais de viver e trabalhar.

Isso mesmo defenderam investidores durante uma conferência virtual da Reuters, em linha com o que defende o Banco Mundial.

Nas perspectivas para África em 2021, no Outlook de Janeiro, o Banco Mundial defende o investimento público nas infra-estruturas digitais, argumentando que "as autoridades podem estimular a adopção e desenvolvimento acelerado de fintech", plataformas que tornam mais seguros os pagamentos móveis e aumentam o acesso a serviços digitais.

"O sector mais atingido pela Covid-19 foi o da educação, porque estava muito despreparado para o tsunami", afirmou Iyinoluwa Aboyeji, parceiro do Fundo para o Futuro de África, fundo de investimento com sede na Nigéria e que direcciona a sua aposta para as startups africanas.

Segundo o responsável, o investimento em tecnologias de educação vai oferecer retornos atraentes à medida que o sector recupera da pandemia. As soluções tecnológicas para apoiar o ensino, nomeadamente em instrumentos de aprendizagem pela internet, são inúmeras e fáceis de alcançar e devem ser uma aposta das escolas, mesmo depois de ultrapassada a crise da Covid-19.

"Os negócios de infra-estrutura digital neste momento são provavelmente os que mais entusiasmam os investidores", defendeu também Jihan Abass, fundador e CEO da Lami, uma plataforma digital de seguros queniana, no ciclo de conferências Reuters Next, que durante quatro dias reuniu líderes globais e grupos de reflexão para discutir soluções para os desafios que o novo ano traz.

A Lami, que fez tremer o conservador mercado de seguros queniano ao permitir que os consumidores adquirissem o seguro automóvel a prestações e através de um simples aparelho de telemóvel, viu disparar as vendas desde o início da pandemia, reforçando o lugar cimeiro que o Quénia ocupa nos serviços financeiros digitais em África, graças a inovações como a plataforma de dinheiro móvel M-Pesa, operada pela Safaricom.

Mas a iniciativa do governo do Quénia, no início do ano, de aplicar um novo imposto sobre serviços digitais é uma medida que, segundo Iyinoluwa Aboyeji, pode desestimular os investimentos no sector e reduzir o potencial da tecnologia no aumento das exportações de bens e serviços dos países africanos.

"Se você quiser espremer o seu ecossistema digital com impostos no primeiro dia vai acabar por ficar sem nada, porque o talento é extremamente móvel e eles simplesmente irão embora", justificou aquele parceiro do Fundo para o Futuro de África.

(Leia o artigo integral na edição 607 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Janeiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)