Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

África

Cabo Verde pede ao FMI adiamento do programa de ajuda técnica até 31 de Março

África

Por causa da pandemia da Covid-19, que provocou atrasos no cumprimento da terceira e última revisão, o Fundo Monetário Internacional (FMI) acedeu ao pedido do Governo de Cabo Verde e vai autorizar a extensão do programa de ajuda técnica até 31 de Março de 2021, na sequência do pedido nesse sentido por parte das autoridades daquele país.

O Governo de Cabo Verde tinha formalizado o pedido em carta enviada à directora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, explicando os atrasos que a pandemia causou na economia do país, impedindo o normal desenvolvimento do Instrumento de Coordenação de Políticas (PCI, na sigla em inglês) para Cabo Verde, que começou em 2019, para apoiar as reformas ao nível do sistema fiscal e privatizações, em curso no Estado.

A notícia veiculada pela Lusa, refere que o programa de assistência, previsto durar 18 meses, expirou em 15 de Janeiro, mas a equipa do FMI que acompanha Cabo Verde assume no documento que apoia a extensão do PCI até 31 de Março de 2021, propondo-a para adopção pelo conselho executivo do FMI.

"O impacto económico da pandemia da Covid-19 está a afectar gravemente Cabo Verde. Temos sido pró-activos na abordagem aos novos desafios gerados pela pandemia através da saúde, de medidas de política social, fiscal e monetária, para ajudar os mais vulneráveis, famílias e empresas a abordar o impacto desta crise sanitária", lê-se na carta datada de 16 de Dezembro, divulgada esta quinta-feira pelo fundo.

O ministro das Finanças, Olavo Correia, e o governador do Banco de Cabo Verde, João Serra, assumem na carta que as duas análises anteriores ao PCI, em Março e Outubro de 2020 foram bem sucedidas, graças ao "forte desempenho na implementação das medidas programadas" e que o governo cabo-verdiano "continua totalmente comprometido com a implementação de políticas sólidas e reformas para apoiar a recuperação económica pós-pandemia", de forma a conseguir atingir os objectivos, centrados "na sustentabilidade fiscal e da dívida".

Recorde-se que o FMI considerou em Outubro último, no âmbito da segunda avaliação, que as medidas implementadas pelo Governo de Cabo Verde desde o início da pandemia foram "desenhadas de forma apropriada e bem direccionadas". O fundo revela que as medidas revelaram-se eficazes na melhoria do sistema de saúde, no controlo do contágio comunitário da doença e na protecção aos mais vulneráveis e ao mesmo tempo "dar liquidez ao sistema bancário, facilitar o acesso ao crédito e facilitar as obrigações fiscais", refere o comunicado que aprova a avaliação.

No documento, o FMI sustenta que, apesar do "forte" empenho na execução do programa de ajuda técnica, a economia cabo-verdiana está a ser "significativamente afectada" pela pandemia da Covid-19, ao que as autoridades cabo-verdianas têm respondido com pró-actividade "ao impacto económico e social", sendo que as perspectivas para 2021 e a médio prazo estão sujeitas a incertezas e a riscos de revisão em baixa.

O FMI revela perspectivas de médio prazo "globalmente positivas", mas alerta para o "colapso nos fluxos de turismo e transporte" em 2020, e o "forte declínio" na actividade em outros sectores, pelo encerramento das fronteiras, o que pode complicar a dinâmica da dívida pública, que sofreu um agravamento em 2020.