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Angola

Micro, Médias e Pequenas Empresas são as que mais sofrem de "morte prematura"

CONJUNTURA ECONÓMICA

O coordenador do Centro de Estudos e Investigação Cientifica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, Alves da Rocha, diz que, entre 2015 e 2016, a taxa de falência das empresas aumentou consideravelmente, e aponta o sistema financeiro e a burocracia como princípais motivos da "morte prematura" das iniciativas empresariais.

Segundo o economista, as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) são as que mais têm sofrido com a conjuntura econó- mica e financeira que o País atravessa

. A escassez de recursos financeiros no sector bancário, prejudicando o acesso ao crédito, tem prejudicado as empresas. Para Alves da Rocha, é fundamental criar um sistema financeiro credível e transparente, de forma a atrair mais investimento, quer nacional, quer estrangeiro.

O economista defende, por isso, a criação de um ambiente de negócios favorável que permita aos empresários desenvolverem a sua actividade, referindo que o apoio público às iniciativas privadas, num ambiente de crise, pode melhorar a saúde das empresas.

O acesso ao crédito e as taxas de juros elevadas são outros constrangimentos que Alves da Rocha reconhece como estando na base da falência das empresas, por isso, reconhece ser preocupante a situação actual.

"Enquanto Angola não tiver um sistema financeiro credível, não teremos um tecido empresarial sólido. É imperioso que as autoridades criem condições para dinamizar a economia.

É necessário evitar os compadrios para o desenvolvimento de projectos empresariais", referiu o economista.

O também coordenador do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola reconhece que a conjuntura económica ainda é desfavorável, mas avança que o desempenho empresarial deve estar associado às políticas do Governo para estabilizar o mercado e tornar os negócios mais robustos para resistirem aos choques externos.

O administrador do INAPEM, Samora Kitumba, afirma que as perspectivas de sobrevivência das empresas depender da retoma da economia.

"O processo vai acontecer naturalmente com o aumento dos fluxos financeiros. O financiamento às iniciativas empresariais é um mecanismo que pode reduzir as taxas de mortalidade das empresas", notou.

Do lado das empresas, as preocupações passam pela necessidade de capacitação e apoio financeiro.