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Opinião

As mentirinhas do Governo sobre o crescimento

Editorial

O discurso do Governo, segundo o qual a economia angolana estava em desaceleração, redução do ritmo de crescimento e não em estagnação, crescimento zero, e muito menos em recessão, ou crescimento negativo, será duplamente desmentido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A instituição responsável pelos números oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) deverá anunciar em breve, provavelmente, na próxima semana, não uma, mas duas recessões.

O discurso do Governo, segundo o qual a economia angolana estava em desaceleração, redução do ritmo de crescimento e não em estagnação, crescimento zero, e muito menos em recessão, ou crescimento negativo, será duplamente desmentido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A instituição responsável pelos números oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) deverá anunciar em breve, provavelmente, na próxima semana, não uma, mas duas recessões.
Um País entra em recessão económica quando o respectivo Produto Interno Bruto (PIB) diminui entre dois anos consecutivos.
O PIB, considerado o indicador económico mais sintético, corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos num país durante um determinado período de tempo, normalmente um ano.
Como o Expansão noticiou, em Abril de 2017, o então ministro do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, Job Graça, congelou a publicação das Contas Nacionais do IV trimestre de 2016, que apontavam para uma recessão de -3,6%, alegando problemas metodológicos. Mas, na realidade, terão sido razões eleitorais a determinar o congelamento. Em ano de eleições, não vinha nada a calhar uma recessão.
Os novos números referentes às CN do IV trimestre de 2017, a que o Expansão teve acesso, dão uma recessão mais suave, de apenas -2,6%, em 2016, mas acrescentam uma nova recessão, de -2,1%, em 2017.
Os dados do INE desmentem as últimas estimativas do Governo, que apontam para um crescimento de 0,1% em 2016 e de 0,9% em 2017.
Bem sei que fazer previsões económicas não é tarefa fácil, mas o que o Governo tem feito nos últimos anos é enganar os agentes económicos e os eleitores.
As previsões são feitas com base em modelos econométricos. O meu conselho ao ministro da Economia e Planeamento que tem a tutela das previsões é que "rife" o modelo de previsão que está a utilizar e use um à séria. Que até já existirá. O Fundo Soberano pagou 11,6 milhões USD à Quantum Global para desenvolver um modelo capaz de compreender de "forma eficaz" os processos que afectam a economia e gerar dados fiáveis para a tomada de decisões.
Basta de humilhações. A título de exemplo, Angola andou a gabar-se de ser o País que mais crescia no mundo com dois anos com taxas superiores a 20%, em 2006 e 2007, mas, depois veio o INE e disse que o melhor que fizemos foi 15%, em 2005 e 14%, em 2007.