Efeitos da greve com leituras diferentes entre trabalhadores e direcção da Movicel
Sindicato assegura que a adesão à greve ultrapassou os 60%; direcção da Movicel garante que se ficou pelos 16%. Números desencontrados que reflectem o clima de divergência na empresa.
A greve na Movicel, nos dias 7 e 8 de Maio, "não teve impacto negativo no funcionamento da empresa", afirmou o director dos recursos humanos da Movicel, Paulo Abreu, assegurando que apenas 16% dos trabalhadores aderiram à paralisação.
"O sindicado nem sequer reuniu o número de dois terços dos trabalhadores, indispensável para avançar para a greve", acusou Paulo Abreu, notando que a organização sindical "está a agir à margem da lei", porque a greve em vigor apresenta uma "série de irregularidades".
O primeiro secretário da Comissão Sindical, Costa Santos, reagiu à acusação, com a garantia de que mais de 60% dos trabalhadores aderiram ao protesto. "A única coisa que pode estar a escapar à direcção é o facto de alguns estarem a trabalhar por turnos, para não prejudicar os clientes", explicou.
A comissão sindical acusa a direcção geral da empresa de estar a cultivar uma "política do medo" entre os colaboradores com "ameaças de despedimentos de 300 trabalhadores, que estão a ser intimidados com uma lista com os seus respectivos nomes".
"Temos estas coisas gravadas", afirmou Costa Santos.
(Leia o artigo na integra na edição 472 do Expansão, de sexta-feira 11 de Maio de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)