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Angola

Especialistas alertam que "obsessão" com inflação tem riscos graves para a economia

Críticas às políticas do Governo e FMI

Os economistas defendem a mudança de paradigma na banca comercial que, em vez circunscrever o crédito ao Estado, deve financiar o investimento privado. E o Estado deve deixar de concorrer com os privados.

A "obsessão" com o controlo da inflação e o pagamento das dívidas do Estado, com grande atraso e sem um plano de compensações, estão a provocar falências em massa e a pôr em causa a estratégia de diversificação da economia, alertou a economista Laurinda Hoygaard, durante a apresentação do Relatório do FMI sobre as Perspectivas Económicas Regionais para África, numa iniciativa organizada pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
A economista, que foi convidada como moderadora, aproveitou para lançar avisos, tendo assumido a sua discordância com o representante do FMI em Angola. "O Max Alier que me perdoe, mas temos de reflectir se essa é a melhor estratégia. Se calhar é melhor aumentar um pouco a inflação para evitar uma crise mais profunda", afirmou Hoygaard, referindo-se a uma tempestade perfeita que se está formar sobre as empresas.
Os atrasados do Estado, com um plano de pagamentos até 2020 que "não serve os interesses nacionais e das empresas", os bancos fechados ao crédito aos privados e com taxas de juro a rondar os 24%, e o cerco da Administração Geral Tributária (AGT) estão a "acentuar as falências na economia", advertiu.
Até o IVA, consensualmente considerado o "imposto mais equitativo" e com um mecanismo de arrecadação de receita simples, mereceu reparos de Hoygaard, que considerou que, com 3 mil contabilistas, o País não está preparado para a sua aplicação.

(Leia o artigo na integra na edição 476 do Expansão, de sexta-feira 08 de Junho de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)