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Grande Entrevista

"O FMI e o Banco Mundial não se lembram que as políticas são para pessoas"

Mário Galindo Economista e investigador independente

O economista colombiano diz que é chocante a desigualdade social que encontrou em Angola. Defende que é preciso importar menos e produzir mais e que só com massa crítica se poderá contrariar propostas restritivas do FMI, Banco Mundial e Governo.

Veio para Angola realizar uma palestra sobre modelos macroeconómicos para países em desenvolvimento. O que mais despertou a sua atenção cá?
Fiquei com a impressão que há uma desigualdade social muito alta em Angola. Uma desigualdade que causa choque.


Que impacto tem essa desigualdade no desenvolvimento do País?
O desenvolvimento em Angola só vai acontecer quando for melhorado o nível de vida da maior parte da população. Em países desenvolvidos, pobres e ricos vão ao trabalho de metro, mas em Angola o rico vai para o trabalho de Lexus e o pobre vai de candongueiro. Estou surpreendido. Nota-se que a informalidade da economia é muito grande. Se o problema da informalidade não for resolvido, o País terá duas economias. Penso que se não for feito algo para reduzir a desigualdade e a informalidade o desenvolvimento não vai acontecer. Não importa a taxa de câmbio adoptada ou política monetária do país, não importa o Presidente da República, não importa as regras internacionais macroeconómicas, se não houver melhoramento da vida da maior parte da população.


O que deve ser feito para se combater a desigualdade social que constatou?
Angola é um país em que o poder é muito centralizado, a descentralização do poder poderá gerar desenvolvimento. É a minha primeira impressão.


(Leia o artigo na integra na edição 482 do Expansão, de sexta-feira 20 de Julho de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)