Na última semana, o preço do petróleo registava uma desvalorização semanal perto de 1%, influenciado, essencialmente, pelo maior aumento nos inventários dos EUA desde Julho, em cerca de 6,5 milhões de barris, conforme informado pela American Petroleum Institute. Adicionalmente, a queda de 1,1% das exportações chinesas em Outubro levantou receios sobre uma desaceleração económica do País com efeitos sobre as perspectivas da procura global.

No final da sessão de quarta-feira, o preço do Brent, referência para Angola, rondava os 64,48 dólares, enquanto o WTI negociava nos 60,37 dólares por barril. Entretanto, as perdas foram atenuadas por notícias de interrupções no abastecimento de crude a grandes importadores, como China e Índia, devido às sanções dos EUA e Europa a petrolíferas russas, e pelo anúncio da OPEP+ de suspender novos aumentos de produção no primeiro trimestre de 2026.

Além disso, os sinais do fim da paralisação prolongada do Governo Federal dos EUA, que já dura mais de 40 dias, aumentou a expectativa de maior procura, especialmente nos sectores industrial e da aviação, aliada a previsão do aumento da procura de petróleo e gás até 2050, divulgada recentemente pela Agência Internacional de Energia.

Nas bolsas, os principais índices encerraram em terreno positivo, num contexto em que o apetite pelo risco se mantém elevado, devido aos sinais de fim do "shutdown" nos EUA e aos resultados sólidos das empresas europeias cotadas referente ao terceiro trimestre. Nos EUA, o índice de referência S&P 500 avançou 1,75% face à semana anterior, fixando-se em 6 832,43 pontos, enquanto na Europa, o Euro Stoxx 600 valorizou 3,44% para 584,24 pontos.

Os mercados foram ainda influenciados pela crescente expectativa de mais um corte de juros em Dezembro por parte da Federal Reserve, num cenário em que foram divulgados dados de enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano. De acordo com a empresa de processamento ADP, o País registou uma perda média de 11 250 postos de trabalho por semana em Outubro. Na sequência, o dólar perdeu valor, com o Índice da Bloomberg a subir 0,67% até quarta-feira.

Por seu lado, o preço do ouro, no mercado de metais, acumulava, uma valorização semanal superior a 5% para 4130,85 dólares por onça, também apoiado pelo baixo nível de confiança dos consumidores norte-americanos, que caiu para 50,3, em Novembro, abaixo dos 53,6 em Outubro e inferior às expectativas dos analistas de 53,0, de acordo com uma pesquisa mensal da Universidade de Michigan.