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Ex-director da GEPetrol julgado em Espanha por desvio e peculato

Caso desencadeado pelo fisco revela trama palaciana pa sucessão na Guiné Equatorial

O cunhado do Presidente da Guiné Equatorial, preso no Dubai em Dezembro e libertado em Janeiro, terá de comparecer num tribunal em Espanha, a 9 de Março, para ser interrogado no âmbito de um processo que investiga ligações de um ex-comissário da polícia a desvios de dinheiro na companhia estatal de petróleos equato-guineense.

Candido Nsue Okomo, de 43 anos, é suspeito dos crimes de lavagem de dinheiro e peculato, no âmbito do Caso Villarejo, que está a ser julgado num tribunal superior espanhol, por factos ocorridos quando era director geral da Empresa Nacional de Petróleos da Guiné Equatorial, a GEPetrol. O juiz espanhol Manuel García-Castellón recusou ouvir Okomo por videconferência e exige a sua presença em Espanha, como condição para retirar o pedido de extradição enviado para as autoridades dos Emirados Árabes Unidos, segundo a revista The Africa Report.

Okomo, que é irmão da primeira-dama da Guiné Equatorial, e o seu sobrinho Crispín Edu Tomo, ex-director de marketing da GEPtrol, estão a ser investigados por desvio, ocultação e branqueamento de cerca de 30 milhões de euros da GEPetrol, entre 2010 e 2013, "junto com o seu homem em Espanha", o advogado Francisco Menéndez Rubio, sócio e administrador da empresa Framen Consultores Y Asessores SL.

De acordo com o jornal espanhol Publico, que cita a investigação, o cunhado do Presidente da Guiné Equatorial e o seu sobrinho serviam-se dos cargos directivos que exerciam na petrolífera estatal para "celebrar contratos fictícios e emitir facturas falsas entre a GEPetrol e uma rede de empresas, entre as quais a Framen, em nome de testas de ferro ou de terceiros.

Projecto Rei

A investigação foi iniciada no âmbito de um processo judicial contra um ex-comissário da polícia, José Manuel Villarejo, que acabou por dar nome ao caso, depois de a Agência Tributária espanhola desencadear, em 2014, uma investigação à Framen Consultores, concluída em 2017. Villarejo terá sido contratado pela Framen, a troco de um pagamento de 5,3 milhões de euros, para investigar e recolher informações comprometedoras sobre Gabriel Mbega Obiang Lima, filho do Presidente da Guiné Equatorial de uma relação anterior, como parte de uma missão intitulada "Projecto Rei".

O relatório de 24 páginas elaborado por Villarejo detalha as actividades de Obiang Lima, actual ministro das Minas e Hidrocarbonetos, e visava desacreditá-lo junto do pai, dando espaço para que o outro filho, Teodoro Nguema Obiang Mangue, também conhecido como "Teodorin", fruto da relação com a actual primeira- -dama, reivindicasse a sucessão.

(Leia o artigo integral na edição 613 do Expansão, de sexta-feira, dia 26 de Fevereiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)