Qualquer organização, seja privada, pública ou social, para ter sucesso, tem de ter uma liderança capaz e mobilizadora. Uma vez que já escrevi por diversas vezes sobre este tema, tentarei aqui fazer uma abordagem diferente e menos técnica.

Longe vão os tempos em que uma boa liderança era desempenhada com autocracia e em que o líder utilizava a máxima do "quero, posso e mando" no seu dia a dia com os seus colaboradores. O que não significa que não exista ainda esse tipo de líderes. Existe, e em grande quantidade, infelizmente, e dispersos pelas várias geografias do planeta, sendo que se notam mais em sociedades pouco desenvolvidas e com baixos índices de formação.

Por outro lado, importa desmistificar que o líder tem de ter "aquele" carisma, que nasce já assim e que não é possível uma qualquer pessoa se tornar um líder. Ou se nasce líder, ou já não dá. Não poderia discordar mais. Liderança é "uma" competência que se desenvolve, que se treina e que se aperfeiçoa. Não tem fórmulas mágicas, porque cada pessoa tem um diferente processo de aprendizagem no que se refere a este tema. Isto porque a liderança é um conjunto de várias competências. Desde comunicação até gestão de pessoas, desde saber ouvir até saber quando decidir, desde antecipar tendências até ter o foco no presente, entre muitas outras.

Sendo um processo de aprendizagem, requer tempo. Esse tempo pode ser reduzido em função das experiências que a pessoa vai tendo ao longo da vida. No entanto, quando alguém assume funções de liderança, isso significa que o caminho começou e não que terminou. Começou precisamente porque o processo de aperfeiçoamento nas mais variadas áreas é algo que não acaba. Acima no texto, falo em soft skills, mas naturalmente que é importante que o líder também saiba as chamadas hard skills. Dependendo da posição de liderança que ocupa, importa que saiba ler documentos financeiros, estratégias de marketing, avaliar um plano de desenvolvimento de negócio, entre outros.

Não há líderes perfeitos. Ninguém faz tudo bem e ninguém faz tudo mal. E ninguém faz tudo sozinho. Mesmo sabendo de antemão que um líder tem uma posição solitária, isto porque mesmo estando rodeado de excelentes pessoas e equipas, em último caso a decisão é dele. E isso muitas vezes é difícil. Qualquer decisão tem sempre duas faces. E o líder tem de saber viver com isso. Da mesma forma que se houver problemas ou maus resultados, é o líder quem deve responder por eles.

*Expert in Human Resources & Entrepreneur, Certified Coach PLD19, Harvard Business School Alumni

(Leia o artigo integral na edição 614 do Expansão, de sexta-feira, dia 5 de Março de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)