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China recua nos empréstimos a África que caíram 1/3 em 2019

De acordo com estudo divulgado pela Bloomberg

Cautelosa, a China deixou cair quase um terço em 2019, o financiamento aos países africanos, para menos de 9 mil milhões de dólares pela primeira vez nos últimos 10 anos, sendo que estes deverão ter continuado a cair em 2020, devido à pandemia da Covid-19, que fez aumentar o risco de incumprimento financeiro dos parceiros africanos.

Os dados são revelados num estudo da China-África Research Initiative, da Universidade norte-americana Johns Hopkins, divulgado esta terça-feira pela Bloomberg.

"Em vez de continuarem a despejar financiamento para países com problemas de dívida, os credores chinesas afastaram-se desses países, embora de forma tardia nalguns casos, como a Zâmbia", referem os autores do estudo, Kevin Acker e Deborah Brautigam.

Angola e Etiópia constam no estudo como dois dos maiores receptadores destes empréstimos.

África recebeu mais de 153 mil milhões USD em empréstimos desde o princípio do século, sobretudo após 2010, com o agravamento dos preços das matérias-primas, mas os cordões do sistema financeiro asiático começaram a apertar mesmo antes do início da pandemia, o que revela que a China tornou-se mais cautelosa com os empréstimos a esta região.

De acordo com a Bloomberg, nos primeiros anos do século, contabilizavam-se 3 grandes credores chineses em África, número que disparou para mais de 30 em 2019, com os empréstimos comerciais a um ritmo muito maior que o crédito oficial nos últimos anos, refere o estudo, que dá conta de uma primazia nas maiores economias africanas, como o Egipto ou África do Sul, e de um afastamento dos países mais arriscados.

Ainda assim, "o financiamento chinês vai continuar a ser uma importante fonte para o financiamento de infraestruturas nos países africanos", concluíram os investigadores.