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Opinião

Normalidades

Editorial

Esta semana fica marcada pela autorização de compra de vacinas russas a 18,5 USD por dose, que custou aos argentinos 8 USD, com uma justificação dada em "off" porque oficialmente não podiam falar do assunto, que afinal o que se queria dizer é que eram 6 milhões de vacinas, cada uma composta por duas doses, sendo que, na verdade, eram 12 milhões de doses e cada uma ficaria então por metade do preço, 9,25 USD.

A ser mesmo assim, o que ainda não é provado, trata-se de mais um erro do Diário da República, o terceiro que damos conta no último ano, depois do subsídio de renda do presidente da Assembleia Nacional e a data da entrega dos fundos de abandono à ANPG. Pelo menos, foi assim que se justificaram os visados em comunicados de imprensa. Também apurámos que a ministra das Finanças não terá sido avisada por antecipação, o que causou algum desconforto e baralhou a gestão de tesouraria, mas que irá pagar em duas tranches mediante a apresentação das facturas.

Também esta semana foi entregue o "negócio" do lixo de Luanda a seis empresas e um consórcio, onde podemos encontrar como sócios o filho e a ex-mulher do ex-presidente José Eduardo dos Santos, um dos "testa de ferro" do General Dino, os empresários António Mosquito e Jorge Pedro Bastos, uma empresa com capital social de 100 mil kwanzas, e uma outra que, no seu pacto social, tem praticamente todas as actividades económicas, mas onde curiosamente não consta a actividade de limpeza e saneamento, enfim várias formas e várias histórias, que podem ler no destaque desta semana.

Também dentro das "normalidades" da semana o BNA anunciou que vai alargar o prazo de cumprimento do aviso n.º10/20, pela segunda vez, embora os bancos continuem a dizer que, no final do ano, data limite, vai voltar a haver falhas, que sem projectos credíveis não é possível cumprir. Afinal, só falta aprovar e desbloquear 385 novos créditos até ao final do ano. Se tivermos em linha de conta que ainda assim valem 95% dos créditos totais concedidos no âmbito do Prodesi, percebe-se a velocidade a que está a andar este programa.

Juntamos a estas "normalidades", a vitória dos nossos Palancas frente ao Gabão por 2-0, não serviu de grande coisa, mas pelo menos enche o ego aos envolvidos. Como se pode ver, está tudo normal, não houve nada imprevisível ou capaz de gerar polémica, não aconteceram coisas estranhas, e tudo corre de forma tranquila nesta terra que nos viu nascer.