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Economia

Economia angolana só cresceu 0,04% nos primeiros nove meses de 2021

Contas do III trimestre 2021

Com a produção de crude em declínio há vários anos, a extracção e refinação de petróleo continua a emperrar o crescimento da economia nacional. A puxar a economia para cima esteve a pesca, a agro-indústria, o comércio e os transportes. Ainda assim, insuficiente para permitir um boom no crescimento.

A economia angolana apenas cresceu 0,04% nos primeiros nove meses de 2021 face ao mesmo período de 2020, um crescimento paupérrimo se tivermos em conta que o termo de comparação são os primeiros nove meses de um ano marcado pelo início da pandemia da Covid-19 no País, que teve efeitos aterradores na economia do país.

De acordo com cálculos do Expansão a partir das contas Nacionais do III Trimestre do ano passado do Instituto Nacional de Estatística (INE), tudo aponta a uma saída de um ciclo de cinco recessões consecutivas em 2021, mas o caminho do crescimento económico dificilmente será mais do que uma ligeira recuperação ou estagnação. Para sair da recessão e atingir a estagnação basta no IV trimestre de 2021 o PIB encolher 0,1% face ao mesmo período de 2020. Ainda assim, isso pressupõe um crescimento de 5,6% face ao III trimestre.

Com a produção de crude angolano em declínio há vários anos, a extracção e refinação de petróleo continua a emperrar o crescimento da economia nacional, apesar de já se verificarem que alguns dos sectores da diversificação económica estão em crescimento.

É o caso da agro-pecuária e silvicultura, que nos primeiros nove meses de 2021 cresceu 5,6% face ao mesmo período de 2020. A puxar a economia para cima esteve também pesca, que disparou 50,9%, o comércio (17,7%) e o transporte e armazenagem (21,9%), beneficiando da aparente recuperação em 2021 da actividade económica após vários meses de queda em 2020, sobretudo devido às regras de confinamento.

A questão é que o crescimento destes sectores apenas permite compensar ligeiramente as quedas profundas em cinco sectores: o sector dos hidrocarbonetos não esteve sozinho a atirar a economia para baixo já que também contribuíram a construção (-11,5%), a intermediação financeira e de seguros (-10,6%), os outros serviços (-5,4%), onde se inclui a hotelaria e restauração, finalizando a indústria transformadora (-0,5%).

Só quando forem divulgadas pelo INE as Contas Nacionais do IV trimestre de 2021, a 15 de Abril deste ano, será possível apurar se Angola quebrou, ou não, o ciclo recessivo. No entanto, tudo indica que esse será o caminho.

De acordo com o relatório do FMI sobre a sexta avaliação ao programa de financiamento ampliado em Angola, para 2021 está previsto um crescimento ligeiro, de 0,1%, portanto estagnação. Já o Governo é ligeiramente mais optimista e na Reprogramação Macroeconómica Executiva que consta no Orçamento Geral do Estado 2022 aponta a um crescimento de 0,2%.

(Leia o artigo integral na edição 658 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Janeiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)