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Empresas & Mercados

E-commerce dinamiza negócios e gera lucros apesar do preço do 1GB

ALTERNATIVA À FALTA DE EMPREGOS

Desemprego, novas oportunidades e redes sociais levam pessoas a criar páginas de negócios. Dessa forma conseguem pagar as contas correntes, com maior ou menor dificuldade. Preço e instabilidade do serviço de internet é um problema. Operadores e provedores dizem estar a tomar medidas.

O número de vendas online aumenta, ano após ano, no País, uma tendência que surge como alternativa ao desemprego crescente, como revelam duas das pessoas com quem o Expansão falou. Após perderem o emprego, Hermelinda Olívia e Marta de Jesus passaram a usar as redes sociais para divulgar, promover e vender produtos. Hermelinda Olívia criou o "Brechó da Olívia", uma loja no Mártires de Kifangondo que vende roupa e acessórios para mulheres, que "ganhou" vida quando passou para as redes sociais. "Já tinha a loja física, mas depois que criei contas no Facebook e no Instagram as vendas aumentaram", disse.

Aumentaram as vendas, mas também os custos, uma vez que com as vendas online teve de contratar trabalhadores para fazerem as entregas ao domicílio e teve de contratualizar um serviço de internet, que considera "muito elevado". "Gasta-se muito com a internet", explica, por isso, a solução tem sido vender o produto um pouco mais caro, para conseguir retirar lucro no meio destas despesas. Mesmo assim, o negócio "voa" e a empresária aponta a qualidade dos produtos que vende e do serviço que presta como sendo o factor da descolagem.

Em contas rápidas, Hermelinda confessa que o lucro mensal ronda os 450 mil Kz, com uma oscilação maior ou menor, consoante o mês. "Apostamos no melhor para o cliente e temos este retorno", remata.

Produtos da horta online

Assim como Hermelinda existem outras pessoas que encontraram no e-commerce a solução para os seus problemas financeiros. Marta de Jesus é outro caso de sucesso de quem começou por baixo e hoje tem um negócio consolidado na internet. Após passar pelo "deserto" do desemprego, viu nas vendas online a oportunidade de alcançar os seus objectivos. Criou uma página para vender produtos agrícolas. Ela ia às lavras comprar os produtos em pequenas quantidades e revendia. Depois de quatro anos de actividade, a empresária conseguiu beneficiar de um crédito que canalizou para a compra de alguns hectares de terra, associou-se a uma cooperativa de camponeses no Bengo e cultivam vários produtos que abastecem várias praças na província de Luanda.

Além disso, vende a retalho produtos hortícolas online, através da Horta da Marta, marca que regista o cunho pessoal do seu negócio. "O passo mais certo que dei foi ligar-me ao negócio online", frisa. Marta de Jesus não deixou de reclamar os elevados preços da Internet, um serviço essencial para "vender o peixe" nas redes sociais, plataforma onde ganhou mais clientes.

Aumento da concorrência baixa preços

O administrador executivo da Africell, Gonçalo Faria, garantiu ao Expansão que não é intenção da quarta operadoramóvel mexer nos tarifários, pelo menos para já. O que o gestor admite é que a estratégia ousada no lançamento da empresa desafiou os outros operadores e os preços globais também desceram. "Fomos capazes de provocar uma mudança no mercado", sublinha Gonçalo Faria. Também a Movicel e a Unitel estão a desenvolver várias campanhas desde a entrada da Africell no mercado das telecomunicações.

A Unitel, que lidera a quota de mercado de internet no 3º trimestre de 2021, com 87%, lançou o tarifário Bazza, que obriga as clientes a comprar um cartão SIM por 200 Kz e o cliente tem direito a 1 GB durante 30 dias. Na Movicel, a segunda na tabela de quota de mercado do INACOM, com uma quota de mercado de 11%, 1 GB está disponível no serviço Movinet por 1000 Kz, durante 15 dias, e na campanha "Fezada", que custa 850 Kz, fica disponível na compra de uma recarga física, que dá direito a 5 GB durante uma semana.