Certo dia, recebi via Whatsapp um brilhante texto que, de início, despertou tamanha curiosidade e algumas reflexões que decido partilhar aqui. Desconheço o seu autor e peço-lhe que caso o conheça partilhe comigo, pois estou em processo de construção continua. "Certo dia, após terminar a faculdade fui visitar os meus pais no campo, para apresentar-lhes o meu diploma.

Na manhã seguinte, o meu pai analfabeto, mas muito sábio, convidou-me a dar um passeio pelo campo e eu aceitei com prazer. Após algum tempo, ele deteve-se numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, perguntou-me: além do canto dos pássaros, consegues ouvir mais alguma coisa? Apurei os ouvidos por segundos e respondi-lhe: ouço o barulho de uma carroça. Isso mesmo, disse o meu pai, é uma carroça vazia! Curiosa, perguntei-lhe: como sabe que está vazia? Meu pai respondeu: quanto mais vazia é a carroça, maior é o barulho que faz." Profissionais desprovidos de autoconhecimento, muitas vezes, comportam-se como "carroças vazias" no meio profissional; gritam no sentido de intimidar, falam demais querendo demonstrar ser os donos da razão; transmitem a não aceitação da diversidade.

Não estou aqui para ensinar o certo ou o errado, pretendo trazer aquela máxima muito conhecida, de que "todas as pessoas são contratadas por meio do envio de um currículo e todas são demitidas na sua maioria por atitudes". O currículo, a formação e a capacitação são importantes, mas sem o autoconhecimento, ou ausência de percepção de quem somos na realidade, apenas irá acelerar rapidamente o insucesso profissional.

O mercado de trabalho, no passado, pouco observava o tema da atitude. Desde que o trabalho fosse realizado e entregue, éramos classificados como bons trabalhadores. O novo paradigma de mercado mudou. Hoje observamos o diálogo, a integração com a equipa e a capacidade de dar e receber feedback com a equipa, o ambiente harmonioso | e respeitoso. A busca e a coragem de ser quem somos, nem sempre é fácil, é preciso identificar quais são os nossos sabotadores internos e desenvolver um plano de acção estratégico com metas claras e de alta performance, para superar o processo de autossabotagem, decorrente da ausência de uma identidade real.

O autoconhecimento abre uma nova oportunidade, de fazermos uma imersão interna, uma análise "swoat", na qual é possível identificar quais são os nossos pontos fortes, os pontos de melhoria, as oportunidades e as ameaças que podem surgir frente ao desconhecido. Quando iniciamos o processo de autoconhecimento, é o ponto de partida para trabalhar os 3 A: autocuidado, autoestima e autoimagem. A busca e o fortalecimento do processo de autoconhecimento auxilia de forma positiva na tomada de decisão e na capacidade de desenvolver um comportamento, que prioriza o aprendizado constante.

Deixamos de viver à luz daquilo que nos autossabota, eliminamos diversas estratégias de defesa e, por fim, mitigamos o risco de desenvolver atitudes disfuncionais e dissonantes. Uma ferramenta importante que pode auxiliar todo o profissional, na sua jornada, é o diagnóstico de perfil comportamental ou mapeamento de competências emocionais e técnicas. Ou seja, trilhar o caminho da "jornada do herói" é abraçar uma tomada de decisão consciente, clara e, assim, criar oportunidades para desenvolver novas competências, aprender a flexibilizar o comportamento em busca de um resultado de alta performance.

Conforme escrevi acima, não pretendo ensinar o certo ou o errado, trago uma sugestão: abraçar a possibilidade de viver uma nova experiência, ter novas formas de aprender e pensar, enfrentar o campo da batalha da mente e permitir-se conhecer, ou continuar a mentir para si, mas, até certo ponto, todos mentimos a nós mesmos sobre alguma coisa. Tudo passa por uma decisão, ser 0,001% melhor. Para teres aquilo que realmente queres é primordial seres quem realmente és.