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Gestão

Esperança por um futuro melhor

CAPITAL HUMANO

Os próximos 5 anos de governação em Angola exigem uma liderança forte, presente e capaz de comunicar eficazmente. O país precisa de apostar na diversificação da economia, na criação de emprego, na atracção de investimento estrangeiro, na educação e na melhoria das condições de vida dos seus cidadãos.

A História é interessante pois, como se costuma dizer, por vezes repete-se e, mesmo quando não se repete, permite aprender com a mesma. Revisitar a História é importante porque acontecimentos actuais podem ser vistos e reanalisados em função de acontecimentos passados. Recentemente terminei de ler a biografia de Winston Churchill, esse grande político britânico do século XX e um dos mais admirados homens políticos do seu tempo.

A biografia oficial tem 21 volumes e foi escrita por Sir Martin Gilbert, mas, felizmente, fizeram um belo livro que resume em oitocentas e poucas páginas esta excelente obra-prima. Cobrindo toda uma vida de um grande homem, o foco no papel que Churchill desempenhou como primeiro-ministro inglês durante a 2ª Grande Guerra Mundial representa grande parte do livro.

Da leitura desta grande obra, percebemos o feito do Reino Unido em lutar durante tanto tempo sozinho contra o regime nazi (até à entrada dos Estados Unidos da América na guerra após o ataque japonês a Pearl Harbor em 1941). Apesar das limitações existentes no país durante a guerra e da possibilidade de perder a mesma estar constantemente presente na mente dos diversos ministros ingleses (pelo menos nos primeiros anos), o Reino Unido demonstrou uma grande perseverança, união, capacidade de luta e, fundamentalmente, esperança.

A esperança e a perseverança, foram inflamadas e motivadas por diversos factores, mas os famosos discursos de Churchill à nação foram um deles. Churchill tinha o dom da palavra (e da escrita, pois fez fortuna fora da política dessa forma) e foi um líder fundamental para o país durante a Guerra. Sem ele, provavelmente, o Reino Unido não teria vencido a 2ª Guerra Mundial. As palavras de Churchill deram esperança ao seu povo. Palavras não enchem barrigas, mas alimentam a alma. Churchill inspirou e foi o líder que o Reino Unido precisou numa época de dificuldades. Este exemplo pode ser visto à luz da história recente de Angola.

Os próximos 5 anos de governação em Angola exigem uma liderança forte, presente e capaz de comunicar eficazmente. O país precisa de apostar na diversificação da economia, na criação de emprego, na atracção de investimento estrangeiro, na educação e na melhoria das condições de vida dos seus cidadãos. Para isso, para além de uma estratégia, o País precisa de uma liderança capaz de dialogar com vários países, organismos internacionais, partidos, facções e pessoas. Uma liderança capaz de chegar aos mais jovens, a maioria da nação, que tanto têm pedido por oportunidades, emprego, saúde, habitação e trabalho.

Qualquer que seja o Homem que irá liderar nos próximos 5 anos (quando escrevo este artigo os resultados definitivos das eleições ainda estavam pendentes da contestação de alguns dos partidos da oposição ao MPLA, proclamado vencedor) é preciso liderar através das acções e trabalho, mas também da esperança e palavras. É tempo de comunicar e bem, de estar presente, de mostrar trabalho feito, de prometer e dar esperança num futuro melhor ao País. Da mesma forma que Churchill deu um propósito ao Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial e guiou o seu país à vitória através das suas acções e decisões, mas também das palavras e discursos, Angola precisa de uma liderança que, não só faça, mas que comunique e que use as palavras para dar esperança por um futuro melhor.