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Gestão

Uma recuperação a ritmos distintos, mas a esperança prolifera

Em análise

É certo que a Covid-19 afectou tudo e todos, mas o seu efeito varia drasticamente de pessoa para pessoa, de país para país e de negócio para negócio. Cada um aplica métodos muito diferentes para combater as curvas de infecção, sendo que os municípios e as autarquias locais angolanas têm medidas de protecção adaptadas para se adequarem às realidades locais e à percepção do público.

E agora, com as novas e diversas variantes que têm surgido no nosso País, vindas de diferentes geografias, enfrentamos um desenrolar global do processo de vacinação muito desigual e desequilibrado.

A meu ver, os responsáveis angolanos têm sido bastante prudentes e assertivos no controlo sobre a entrada do vírus por via aérea, ao terem implementado medidas em que os passageiros devem apresentar um teste RTPCR à Covid-19 negativo, realizado nas 72 horas que antecedem o embarque. À chegada ao aeroporto devem ainda efectuar testes adicionais devendo posteriormente observar quarentena domiciliar de 10 dias, salvo se as autoridades sanitárias considerarem não existirem condições para o efeito. Obviamente, esta situação causa sérios constrangimentos a entidades que necessitam de apoio pontual de especialistas estrangeiros sobre matérias que não podem ser resolvidas de forma remota, o que torna difícil a vinda destes técnicos. Talvez com o processo de vacinação completo estas medidas possam vir a ser aligeiradas, nomeadamente ao nível da quarentena obrigatória de 10 dias.

Depois de mais de um ano nesta pandemia, o mundo está todo em diferentes fases e trajectórias, embora enfrente um inimigo semelhante. E de uma perspectiva global, é um contexto difícil - o que pode, em parte, explicar a razão por que os CEOs entrevistados no CEO Outlook Pulse Survey de 2021 da KPMG, dizem que estão confiantes nas previsões dos seus próprios negócios e da economia do seu país, mas as suas perspectivas sobre a economia global está no nível mais baixo desde 2017.

O risco de falha na cadeia de abastecimento representa cada vez menos uma ameaça? É uma boa notícia para o processo de recuperação.

Sim é, mas a questão é mais complexa do que isso. Os grandes mercados em todo o mundo vão continuar, provavelmente, em diferentes estágios da pandemia nos próximos meses. Isso tem importantes implicações para as cadeias de abastecimento globais, que por várias vezes estiveram na ribalta no ano passado, desde a disponibilidade do PPE (personal protective equipment) até à escassez dos semicondutores. Nunca houve uma interrupção nas cadeias de abastecimento, tal como esta causada pela Covid-19, simplesmente porque nunca tivemos que encerrar a economia como tivemos no ano passado.

*Partner da KPMG

(Leia o artigo integral na edição 630 do Expansão, de sexta-feira, dia 25 de Junho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)