Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Grande Entrevista

"Há um sistema de impostos absolutamente assassino para as empresas"

Leonor Sá Machado, presidente da AMEEA

A delegada presidente da Associação Mulheres Empreendedoras Europa e África (AMEEA) acredita que o combate ao desemprego passa pela inclusão social dos cidadãos pela via da criação de negócios e o empoderamento das mulheres para o desenvolvimento da economia nacional

A economia angolana caminha para a sexta recessão com várias instituições a reverem constantemente as suas previsões. Como empresária, como olha para actual situação económica do País?

Acho que a economia angolana está a bater no fundo. Está numa situação muito difícil. Houve muitas decisões que não foram correctas. A desvalorização do Kwanza, por exemplo, que deixou toda gente na miséria e que fez muitas empresas falir. Neste último ano e meio, a Covid-19 pode ser uma desculpa, mas não foi só a pandemia que levou as pessoas à falência. Há um sistema de impostos absolutamente assassino para as empresas.

A tributação está provocar o encerramento de empresas?

Sim, as pequenas empresas que se formaram. A economia é composta pelas muitas pequenas e médias empresas, são elas que fazem mexer a economia, mas, infelizmente, por causa desta situação, mais cedo ou mais tarde vão ter de fechar. Temos impostos a nível do primeiro mundo, mas apoios ao nível do terceiro mundo. Agora vão baixar os impostos, mas as que já fecharam, já foram. Alguma coisa não bate certo. Tenho a percepção de que as coisas têm piorado bastante para os empreendedores, empresários.

Mas os impostos são uma via do Estado criar riqueza e implementar projectos.

Mas penso que existem mais projectos privados com garantia de sucesso do que públicos. Por exemplo, a lei do mecenato devia funcionar. Entrava o dinheiro por aqui que serviria para apoiar muitas ONG"s que precisam de apoio. Digo isso com conhecimento, porque sou mecenas e apoio alguns projectos. E até hoje ainda não conseguimos que as nossas empresas fossem creditadas como beneficiadas.

(Leia o artigo integral na edição 650 do Expansão, de quarta-feira, dia 10 de Novembro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)