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África

Grupo CDC e DP World investem 1,7 mil milhões de dólares em portos no Egipto, Senegal e Somalilândia

Investimento estrangeiro em África

DP World, que tem a gestão para os próximos 20 anos do Terminal Multiusos do Porto de Luanda, junta-se a grupo britânico para investimentos em infra-estruturas e logísticas no continente africano

O Dubai Grupo CDC trata-se de uma joint venture que junta a DP World do Dubai e o Grupo CDC do Reino Unido e que está disponível para um investimento de 1,7 mil milhões de dólares em portos africanos nos próximos anos.

Entretanto, convém lembrar que o DP World (Luanda) é a entidade actualmente responsável pelo Terminal Multiusos do Porto de Luanda, onde vai investir 190 milhões de dólares, de que tem um contrato de concessão a 20 anos e que se prepara para apresentar ainda esta semana a nova logomarca, no Yacht Club de Luanda, será no dia 15 de Outubro, pelas 16:30.

O Grupo CDC - Investment Works, tido como braço de investimento do governo britânico para África, vai fazer o maior investimento dos últimos 73 anos, de 320 milhões de dólares, em parceria com o DP World para adquirir participações em três portos africanos, ao mesmo tempo que irá canalizar 400 milhões de dólares para portos e outras operações logísticas em que a DP World já está envolvida em África.

Egipto, Senegal e Somalilândia - um território não reconhecido como Estado independente pela comunidade internacional junto da Somália - são os locais e os portos escolhidos para o investimento.

Por sua vez, a DP World continua a expandir-se em África e prepara um investimento de cerca de um mil milhões de dólares para esta fase inicial.

A parceria entre estes dois grupos levou quatro anos para se concretizar, mas agora que foi anunciada, coube a Tenbite Ermias, chefe para África do CDC, dizer que "é um compromisso visível para aumentar a capacidade africana de comercializar em ambas as direcções, para reduzir custos e simplificar as exportações".

Contas feitas, este investimento pode levar à criação de 140 mil empregos directos em três portos - Dacar, no Senegal, Sokhna na costa do Mar Vermelho e Berbera na Somalilândia - o que pode adicionar cerca de 50 mil milhões ao comércio global até 2035.

A expansão do porto de Berbera, antiga capital do protetorado da Somalilândia Britânica, pode aumentar o produto interno bruto da Somalilândia em cerca de 6%, além de fornecer uma alternativa ao porto de Djibouti para a Etiópia, que não tem litoral.

O investimento em Dacar, não só ajudará o Senegal, mas também proporcionará uma rota de exportação para os países do Sahel sem litoral, como o Mali.

O responsável para África do Grupo CDC admite que há um risco calculado ao fazer-se investimentos em locais de visível instabilidade, mas que esse também é o desafio do grupo.

Paul Collier, professor de Economia e Políticas Públicas da Blavatnik School of Government da Universidade de Oxford, ouvido pelo Financial Times, disse que as instituições financeiras internacionais de desenvolvimento como o Grupo CDC deveriam trabalhar mais estreitamente para investir em estados frágeis onde faltam investimentos privados. Porque, explicou, o futuro da ajuda a estes países passa por "fortalecer o sector privado".

O Sultão Ahmed bin Sulayem, CEO do DP World, parece concordar com esta visão quando afirma que a parceria com o Grupo CDC "permitirá aumentar os nossos investimentos em infra-estrutura portuárias e logísticas em toda a África, e criar oportunidades de transformação para milhões de pessoas".

Porque, e também como defende Nick O'Donohoe, CEO do Grupo CDC, o continente africano está a ser penalizado por falta de infra-estuturas logísticas, e que "economias estáveis e prósperas são construídas com base no acesso confiável ao comércio global e intra-continental".