Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

África

Omicron é o nome do mais recente pesadelo da pandemia da Covid-19

Nova variante com possível origem na África Austral

Voos cancelados, os mercados financeiros a despencarem e petróleo a cair para os 72 dólares o barril, eis as consequências imediatas da nova variante do coronavírus. Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, União Europeia ou Israel colocam restrições aos passageiros oriundos de um conjunto de países da África Austral. Angola de fora do grupo de países com restrições

Uma nova variante do coronavírus, provavelmente mais infecciosa, e com um número incomum de mutações, fez soar as campainhas de alarme entre os cientistas.

Os países começaram a reagir, primeiro Israel, depois o Reino Unido, agora os países do bloco europeus, e em causa estão, pelo menos, sete países da África Austral, a partir dos quais os passageiros que viajarem para outros destinos ficam sob rigorosa quarentena.

Entretanto, um número incontável de voos foi cancelado e os mercados financeiros reagiram em queda esta sexta-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a nova estirpe como uma "variante muito preocupante" esta sexta-feira e deu-lhe o nome de "Omicron", em homenagem a uma letra grega.

"Esta variante tem um grande número de mutações, algumas das quais são muito preocupantes", disse a OMS em comunicado. "As evidências preliminares sugerem um risco maior de reinfecção", disse ainda a OMS.

Com várias questões em aberto, sobre a sua transmissibilidade ou resistência à vacina ou se pode provocar formas mais graves da doença, Susan Hopkins, perita da Agência de Saúde e Segurança da Grã-Bretanha, alertou que a nova variante encontrada nos países do sul do continente africano é das "mais preocupantes que já vimos".

A variante Omicron foi detectada pela primeira vez em Botswana e os cientistas sul-africanos admitiram, esta quinta-feira, que a variante está na origem do aumento exponencial das infecções no país. Entretanto há já casos dectados em Hong Kong, na Bélgica, em Israel e noutros países.

Entretanto, o Dow Jones despencou cerca de 800 pontos ou 2,2%, o índice S&P 500 caiu 1,5% e o índice composto do Nasdaq caiu 1,1%. Os preços do petróleo bruto também caíram -11,32% para os 72,91 dólares o barril.

França, Grã-Bretanha, Japão e Israel começaram a proibir ou ordenar quarentenas para passageiros oriundos da região da África Austral. Os países da União Europeia concordaram no final da tarde desta sexta-feira em proibir viagens aéreas de sete países da África Austral - Botswana, Eswatini, Lesoto, Moçambique, Namíbia, África do Sul e Zimbabué.

Anthony S. Fauci, o mais mediático e relevante especialista de doenças infecciosas dos Estados Unidos, disse que proibir os voos para os Estados Unidos com origem na África Austral é uma "possibilidade", e ao fim do dia, a decisão foi mesmo tomada. Estados Unidos e Canadá também colocaram sérias restrições aos passageiros oriundos dos países da África Austral, acrescentando à lista de países o Malawi.

As autoridades de saúde sul-africanas adiantaram que começaram a explorar a possibilidade de uma nova variante quando descobriram um grupo de casos em rápido crescimento em Gauteng, a maior província do país, mas condenam a reacção mundial, tida como injustificada, dizendo que a África do Sul não deveria ser "punida" por anunciar a descoberta, especialmente porque a origem da estirpe permanece desconhecida.

"Este tipo de reação automática realmente não faz sentido", disse Joe Phaahla, ministro da Saúde da África do Sul. "Muitos desses países que estão a ter estas reacções mais draconianas estão a lutar com a quarta ou quinta vaga nos seus países".

Phaahla disse ainda não há evidências de que as vacinas sejam incapazes de evitar que essa nova variante cause infecções mais graves. Na África do Sul, com 25% da população vacinada, as autoridades de saúde adiantam que a maioria das pessoas que está hospitalizada tratam-se de pessoas não vacinadas.