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África

Togo com queda na produção de algodão depois de ter privatizado o sector

Agricultores optaram por outras culturas

O Estado togolês tem em marcha uma estratégia de revitalização da produção do algodão, que consiste na privatização e na industrialização do sector. O governo vendeu 51% da sua participação na empresa pública Nouvelle Société Cotonnière du Togo (NSCT) à multinacional de origem nigeriana, Olam.

Um grupo de produtores locais passou a deter 25% das acções da referida empresa, ao passo que o Estado é agora accionista minoritário com apenas 24%.

Isto numa altura em que, contra todas as expectativas, a campanha agrícola de 2020-2021 registou um dos mais retumbantes fracassos, tendo-se registado uma queda de 43% na produção do algodão, com apenas 67.000 toneladas contra as 116.000 toneladas do período anterior.

Detida maioritariamente pela empresa japonesa Mitsubishi e pelo fundo soberano de Singapura, Temasek, a multinacional Olam é um grupo que nasceu na Nigéria em 1989, está em grande crescimento, exerce um enorme poder de influência também na indústria alimentar em África, e possui representação em mais de 60 países.

Embora existam registos de intervenções com sucesso em outros países, como no Chade, a multinacional Olam tem sido acusada de asfixiar a concorrência com preços baixos e práticas semelhantes às de monopólio. Dos 153.000 cotonicultores togoleses, 40.000 (um quarto do total) abandonaram o cultivo na campanha passada. A maior justificação está na queda do preço do algodão em caroço, factor que determinou que um número considerável de agriculores mudasse de culturas, como a do milho e da soja.

O presidente do conselho de administração da NSCT (empresa recém-privatizada), considerou que os resultados negativos da campanha se devem a diversos factores, destacando a má qualidade das sementes de algodão e a ocorrência de inundações no norte do Togo. A referida empresa tem boas expectativas em relação à próxima campanha, que prevê uma produção de 135.000 toneladas de algodão, e quer atingir a cifra de 225.000 toneladas até 2025.

(Leia o artigo integral na edição 632 do Expansão, de sexta-feira, dia 9 de Julho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)