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A inflação na Zona Euro sobe para 4,9%

A maior taxa de inflação desde a criação do euro

Investidores apontam o dedo ao Banco Central Europeu dirigido por Christine Lagarde que não tem feito o que deve para evitar que a inflação fique descontrolada

A inflação nos 19 países que utilizam o euro como moeda comum disparou e está agora em 4,9%, superando as expectivas e colocando pressão sob o Banco Central Europeu (BCE) para que reveja a suas taxas de juro tidas como muito baixas.

Os investidores estão particularmente críticos e acusam directamente o BCE por ter permitido que a inflação fique descontrolada. De acordo com o Eurostat, a agência estatística europeia, a inflação em Novembro atingiu o pico mais alto desde os anos de 1997, dois anos antes de o Euro se ter tornado a moeda única para quase duas dezenas de Estados europeus.

Os elevados preços do gás e os elevados custos das importações são os responsáveis pelo surto inflacionista da Zona Euro. Os preços da energia, incluindo petróleo e gás, subiram 27% em relação a Novembro de 2020, e ainda de acordo Eurostat.

A França teve um aumento de 3,4% na inflação, o maior aumento da última década, mas foi na Alemanha, uma das maiores economias do bloco europeu, que os preços dispararam, levando a taxa de inflação para 6%. Na Estônia, a taxa de inflação aumentou 8,4%, enquanto na Lituânia atingiu 9,3%.

Outras economias desenvolvidas também foram afectadas por pressões inflacionistas semelhantes desde o Verão. Os EUA registaram uma taxa de inflação de 6,2% em Outubro, o maior aumento em 12 meses desde 1990, enquanto no Reino Unidos os preços anuais aumentaram no mesmo período em média 4,2%.

Os analistas consideram que a ideia de que este surto inflacionista é "transitório", como defendem alguns governadores de bancos centrais e também Christine Lagarde do BCE, começa a parecer excessivamente incongruente. E o que já estava mal, ficou pior com o aparecimento da variante Omicron do coronavírus, com um sério potencial de afectar a saúde pública e a economia. No entanto, se a variante começar a afectar os níveis de crescimento, então preços como os do petróleo provavelmente vão cair, aliviando as taxas de inflação em todo o mundo.

Mas, e entretanto, e depois de meses a insitir na ideia de que o período de inflação "é temporário", Jerome Powell, o presidente da Reserva Federal norte-americana afirmou, esta terça-feira, que "está a na altura de retirar o termo temporário da inflação", dando assim confiança os investidores de que as taxas de juro vão subir mais cedo do que o esperado. As palavras do presidente da Fed foram proferidas durante uma sessão no Congresso, na presença da secretária de Estado do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.