Angola 50 (Parte I)
O objectivo deste artigo é o de apresentar uma análise dos principais problemas do país durante estes anos e contribuir para o debate "Pensar Angola, Pensar País". É importante sabermos de onde partimos, onde estamos e para aonde vamos.
Angola 50 é uma proposta de reflexão sobre o país que temos em quase 50 anos de independência (49 anos exactos).
O objectivo deste artigo é o de apresentar uma análise dos principais problemas do país durante estes anos e contribuir para o debate "Pensar Angola, Pensar País". É importante sabermos de onde partimos, onde estamos e para aonde vamos.
para aonde vamos. Os problemas mais marcantes da economia angolana durante os últimos 30 - 40 anos foram os seguintes.
? Condição de pobreza da maioria da população.
? Desemprego e elevado emprego informal.
? Estatismo exagerado.
? Atraso agrícola.
? Crescimento económico pouco reflexivo na vida da maioria dos cidadãos
? Inflação.
Esses problemas por sua vez, causaram efeitos indesejáveis, tais como:
a. Má alocação dos factores de produção;
b. Desenvolvimento limitado do sector externo (excessivamente concentrado e forte exposição a choques externos);
c. Défices fiscais; d. Mudança frequente das políticas económicas;
e. Mau uso do poder político; f. Défice no abastecimento alimentar.
Condição de pobreza da maioria da população
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD de 1997, a pobreza em Angola era resultado de uma combinação de factores históricos, políticos, guerra, ecológicos, demográficos, administrativos e socioeconómicos (Alves da Rocha, 2001).
Os dados do Instituto Nacional de Estatística para 2018/2019 revelavam que a pobreza monetária em Angola era de 41% e a multidimensional de 54%, por um lado, por outro que de 2009 a 2020 o PIDLCP já consumiu 4 mil milhões Kz (acumulado). Seria recomendável uma avaliação independente do Programa de modo que se possam aprender lições e repensar políticas.
Desemprego e elevado emprego informal
Uma característica importante da economia angolana tem sido a sua dificuldade em proporcionar emprego de qualidade e estável para a totalidade da força de trabalho do país, maioritariamente jovem, e que a cada ano a incorporam. De 2019 a 2022 a taxa de desemprego foi em média de 31% e a taxa de emprego informal esteve sempre acima de 70%.
É necessário enfatizar o grave efeito social que a frustração da sua juventude tem para o país, ao sentir-se não incluída nos esforços criativos e de contribuição para o bem comum.
Estatismo exagerado
A cultura de intervencionismo exagerado na economia é notória desde a Independência. O socialismo provocou uma forte mudança na matriz produtiva nacional, onde os factores de produção passaram para a esfera estatal, passando o Estado a ser o grande responsável pela dinamização da economia nacional.
No inicio dos anos 90, com o advento da democracia, entendia-se que se encerrava um ciclo económico e político iniciado logo após a Independência nacional, onde a economia nacional foi dominada por persistentes desequilíbrios macroeconómicos, domínio pelas receitas petrolíferas e diamantíferas, incapacidade da economia não mineira de se recuperar e pelos desequilíbrios sociais, como a pobreza, população deslocada, desemprego, etc.
As soluções não podiam mais ser apenas do governo. O esforço devia ser conjunto, onde aquele deixaria de ser omnipresente na economia, pelo facto de que a sua presença é limitativa da iniciativa privada.
No entanto, Angola continua padecendo de estatismo exagerado, uma característica das economias que durante muito tempo foram dominadas pela planificação centralizada do Estado.
Leia o artigo integral na edição 787 do Expansão, de sexta-feira, dia 02 de Agosto de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)