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Universidade

Mais de 7 mil estudantes desistiram por falta de condições financeiras

Relatório estatístico do ensino superior da AEUPA

A falta de condições financeiras, agravada com o surgimento da pandemia da Covid-19, e a pouca qualidade de ensino causou a desistência de 7.506 estudantes das universidades privadas de Angola, de acordo com um relatório realizado pela Associação dos Estudantes das Universidades Privadas de Angola - AEUPA.

O relatório aponta também a fraca adesão e motivação durante as aulas online, baixo nível de aproveitamento, em função da diminuição da carga horária, decadência no cumprimento das medidas de biossegurança nas instituições e o incumprimento do plano curricular.

O relatório, que se realizou de Abril de 2020 a Junho de 2021, revela que 30% dos estudantes consideraram que tiveram um desempenho académico médio, 13% tiveram um desempenho bom, 5% muito bom e 53 um péssimo desempenho.

Dos inquiridos, 64% não são trabalhadores por conta própria, enquanto 36% são trabalhadores por conta própria.

Relativamente ao êxito das aulas online, o estudo demonstrou que 67% dos estudantes rejeitam o êxito pelo défice de internet, mas os restantes confirmaram o êxito, pois alguns já lidavam com algumas plataformas antes da pandemia.

O aplicativo Zoom foi a plataforma mais utilizada pelas instituições com 37%, seguido do Googleclassrom 35%, segue-se o Skype 2%, Teams Office 365 com 3% e Whatsapp, numa altura em que vigorava o decreto do estado de emergência.

Entretanto, 52% dos estudantes afirmaram que tiveram um horário flexível quanto às aulas online, mas 48% contrariam a posição dos anteriores inquiridos, porque este horário online quase não se cumpriu por inúmeras razões.

De acordo com o relatório, que incide num inquérito online a estudantes das 67 instituições, a questão do distanciamento entre as carteiras e a separação entre os estudantes foi pouco notável, pois 52% dos estudantes confirmaram que o número em algumas salas de aulas ultrapassou o recomendado e 48% apontaram que se respeitava o distanciamento.

Para o presidente da AEUPA, Joaquim Costa, o Estado deve criar condições no sentido de permitir a gratuicidade do ensino, como está previsto na lei de bases 17/16 de 07 de Outubro. Um universo de 72% dos estudantes do ensino superior estão vinculados ao ensino privado, a demanda é elevada e a qualidade de ensino, muitas vezes, não é a desejada porque as instituições promovem o ensino, mas baseados no lucro.

(Leia o artigo integral na edição 637 do Expansão, de sexta-feira, dia 13 de Agosto de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)