Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Logo WeekendWeekend

Paulina Chiziane é a vencedora do Prémio Camões

Prémio Camões 2021

É a primeira mulher moçambicana a receber o prémio que já foi atribuído aos angolanos Pepetela e José Luandino Vieira, que o recusou. Chiziane recebe o Prémio Camões, criado em 1989, antes dela, o prémio foi entregue a outros dois moçambicanos, José Craveirinha, em 1997, e Mia Couto, em 2013

O Prémio Camões de 2021 é para a escritora moçambicana Paulina Chiziane, uma escolha por unanimidade, na 33.ª edição do Prémio, criado em 1989.

"Afinal a mulher tem uma grande alma e tem uma grande mensagem para dar ao mundo. Este prémio serve para despertar as mulheres e fazê-las sentir o poder que têm por dentro", disse a escritora em declarações à Lusa, após a notícia de que tinha sido distinguida pelo Prémio Camões em 2021.

Paulina Chizane tem 66 anos e foi a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, "Balada de amor ao Vento", em 1990, numa altura em que ainda "ninguém acreditava naquilo que eu fazia, porque eram escritos de uma mulher". E a questão de género é o fio condutor da sua obra.

Sobre o prémio que acaba de a distinguir, respondeu: "eu nem sequer me lembrava que o Prémio Camões existia", mas reconhece que foi "uma surpresa muito boa para mim, para o meu povo, para a minha gente" e revelou-se "emocionada".

O seu último trabalho, publicado este ano, em Maputo, e escrito a quatro mãos, com Dionísio Bahule, é sobre mulheres, no caso de mulheres reclusas. Chizane ouviu as mulheres e Bahule ouviu os homens.

O júri ao escolher Paulina Chiziane referiu que a sua obra é dedicada aos problemas da mulher moçambicana e africana. A moçambicana tem a sua obra traduzida e o seu reconhecimento é internacional.

Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955, estudou linguística em Maputo, mas vive e trabalha na Zambézia.

Foi agora distinguida por um prémio que junta académicos de Portugal, Brasil, Guiné-Bissau e Moçambique.