"Precisamos de apoio económico e social para pagar aos técnicos"
Adérito Rodrigues ou "Bi" está no teatro há mais de 35 anos e continua a dedicar-se com o objectivo de fomentar a actividade. Nem a falta de financiamentos impedem, a ele e à sua equipa, de realizar o Circuito Internacional de Teatro (CIT).
Como foi o período de preparação do CIT 2022?
Começamos a trabalhar logo quando o evento termina em Setembro. No dia 1 de Outubro começamos a preparar a edição a seguir. Esta é a sétima edição e de forma especial vamos homenagear Agostinho Neto. Estamos agora na fase da festa ao comemorar o centenário de Agostinho Neto.
A sétima edição chega com novidades...
A partir deste ano vamos realizar o CIT de Maio a Setembro, tornando o evento na maior plataforma do mundo pelo seu período de extensão. Em termos de extensão, em França, por exemplo, há um festival que acontece durante três meses e realiza cerca de 900 espectáculos, mas seremos os maiores do mundo pela extensão. Serão cinco meses de espectáculos.
E a parte formativa?
Vimos que faltava alguma coisa além do espectáculo. Tínhamos as exibições mas faltava a parte formativa, a parte didáctica que é formar o homem para termos maior qualidade nas peças de teatro. Então, este ano, os meses de Maio e Junho são apenas para formação e de Julho a Setembro teremos os espectáculos.
Do que tratam as formações?
Este ano tivemos cinco oficinas: actuação cénica, direcção cénica, caracterização, produção teatral e marketing cultural. Deixe-me dizer que o número 100 para nós é especial. Demos 100 acções formativas, formamos 100 artistas (inscreveram-se 120) e temos 100 companhias de teatro.
Que países estão a participar nesta edição?
Teremos Brasil e Moçambique. Só seleccionamos dois países e dois dos seus grupos, o "Grupo Girassol" de Moçambique com peças de adulto, e do Brasil vem o "Pés no asfalto", com peças infantis por causa da pandemia. A nível nacional teremos 98 grupos. E este ano vamos estar em Malanje, Bengo e Huíla.
Como vai funcionar: os grupos vão circular entre todas províncias?
Não. Os de Luanda vão apresentar-se apenas em Luanda. Mas a nível das outras províncias vão receber os grupos que estiverem mais próximas.
Uma espécie de circuito regional?
Digamos que sim. A Huíla vai receber o Cuando Cubango, Cunene, Namibe, Huambo, Bié e Cuanza Sul. Já Malanje vai receber Cuanza Norte, Zaire e Uige. Economicamente esta junção facilita, porque não se vão deslocar até à capital que é muito mais cara. E sabe que para realizar eventos desta natureza é preciso financiamentos.
(Leia o artigo integral na edição 682 do Expansão, de sexta-feira, dia 08 de Julho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)