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Opinião

Se o mapa não está de acordo com o terreno, ainda assim seguimos o mapa?

Milagre ou miragem?

Os manuais de sobrevivência na mata indicam que, se o mapa não estiver de acordo com o terreno, devemos ser inusitados e seguir o terreno não o mapa. No seu comunicado de 18 de Setembro, o BNA indica devolver à banca comercial a "autonomia na alocação de moeda estrangeira aos clientes".

A medida adoptada pelo BNA vai de encontro às políticas neoliberais defendidas pelas instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, i.e. deixar que o mercado regule por si só a alocação eficiente de recursos. Tal medida mostra, mais uma vez, a existência de um alinhamento entre o Executivo e estas instituições, aliás, como defendemos num outro fórum.

Através de um trabalho de campo ficamos a saber que, enquanto vigorou a intervenção do BNA, muitos agentes económicos ligados ao sector produtivo apontavam como principal constrangimento nas suas actividades as dificuldades no acesso a divisas para a importação de sobressalentes e matéria-prima, processar o pagamento a fornecedores e salários do pessoal expatriado. Este dado é corroborado pelo Indicador de Clima Económico (ICE) produzido pelo Instituto Nacional de Estatística. Dados recentes mostram que o ICE é positivo para o sector do comércio e negativo para o da indústria transformadora, aquela capaz de gerar uma economia de escala e de dinamizar as interligações sectoriais.

A edição do Expansão de 21 de Setembro chama-nos a atenção para o facto de, mesmo vigorando as restrições que o BNA agora levanta, "os angolanos investiram no estrangeiro 49,7 vezes mais do que os estrangeiros investiram em Angola" tendo no final do período em análise investido fora, aproximadamente, 30,2 mil milhões i.e. 2,5 vezes as reservas internacionais líquidas de Angola, segundo os cálculos do jornal. (...)


(Leia o artigo integral na edição 494 do Expansão, de sexta-feira, dia 12 de Outubro de 2018, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)