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Angola

Fuga de informação revela esquemas financeiros dos negócios de Isabel dos Santos

LUANDA LEAKS EXPÕE 715 MIL DOCUMENTOS ATÉ AGORA CONFIDENCIAIS

Documentos referentes às décadas anteriores a 2018 revelam alguns dos negócios da "cleptocracia" instalada no País que, em alguns casos já divulgados, terão lesado o Estado angolano em milhões de dólares através de contratos de consultoria, empréstimos, obras públicas e licenças.

Uma fuga de informação de mais de 715 mil documentos sobre os negócios da mulher mais rica de África, Isabel dos Santos, e do marido congolês, Sindika Dokolo, trouxe a público os segredos e a dimensão do império de empresas que o casal detinha em vários países e continentes, parte delas criadas ou adquiridas com apoio ou mesmo com fundos públicos angolanos.

A divulgação, no domingo, da investigação Luanda Leaks deu a conhecer os pormenores dos negócios da filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, alguns dos quais foram sendo notícia nos últimos anos, em vários órgãos de comunicação social, como o Expansão, ou divulgados pela própria empresária nas suas redes sociais.

Os Luanda Leaks mostram que, nas últimas décadas, além dos negócios e das empresas já conhecidas o casal esteve ligado a mais de 400 empresas e subsidiárias em 41 países, incluindo pelo menos 94 em paraísos fiscais como Malta, Maurícias e Hong Kong, e a 155 sociedades portuguesas e 99 angolanas.

Os 356 gigabytes de informação foram analisados e parcialmente revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), com sede em Washington, EUA, e incluem detalhes dos negócios do casal na Unitel, na banca nacional e portuguesa, no lançamento da Candando, da Nova Cimangola, ou na passagem da empresária pela presidência da Sonangol, entre outros.

São documentos referentes às décadas anteriores a 2018 e revelam os esquemas financeiros da "cleptocracia" instalada no País que, em alguns casos já divulgados, terão lesado o Estado angolano em milhões de dólares através de contratos de consultoria, empréstimos, obras públicas e licenças. "Mostram como uma pequena elite conseguiu deitar a mão aos recursos do País e usá-los em benefício próprio", explica Ricardo Soares de Oliveira, Professor da Universidade de Oxford e co-editor da revista African Affairs, citado pelo ICIJ.

A investigação revela também como estes negócios contaram com o apoio de um conjunto vasto de entidades "facilitadoras", como banqueiros, advogados e consultoras internacionais, que "permitiram a extracção de fundos ao povo angolano, ao seu País, para economias ocidentais onde o dinheiro foi reinvestido", revela o ICIJ. (...)


(Leia o artigo integral na edição 558 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Janeiro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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