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África

Alívio da dívida e apoio de 150 mil milhões USD para África

PRIMEIRO MINISTRO DA ETIÓPIA AVANÇA COM PEDIDO FORMAL AO G20

Só a renúncia aos pagamentos de juros, estimados em 44 mil milhões em 2020, "proporcionaria espaço e liquidez fiscal" aos países africanos, afirma a Comissão Económica das Nações Unidas. A organização estima em 100 mil milhões USD o estímulo económico imediato para que África possa combater a pandemia da Covid-19.

O primeiro-ministro etíope solicitou, esta terça-feira, aos líderes do G20 que ajudem África a lidar com a crise provocada pela pandemia do Covid-19, que "representa uma ameaça existencial para as economias dos países africanos". Para além do alívio da dívida, Abiy Ahmed Ali pede um financiamento de emergência no montante de 150 mil milhões USD, segundo a agência France Press, menos 50 mil milhões do que o valor apontado pela Comissão Económica das Nações Unidas para África.

Abiy Ahmed, galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 2019, é o primeiro chefe de governo a formalizar um pedido de alívio da dívida externa para os países africanos, alguns dos quais não têm sequer dinheiro para comprar máscaras para as enfermeiras. A Reuters aponta os exemplos da Zâmbia e do Gana, cujas dívidas externas representam dois terços do PIB.

A situação em África pode ser tão dramática que a Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA, na sigla em inglês) estima em 100 milhões o estímulo económico de emergência necessário para que o continente consiga combater o impacto da pandemia, segundo a Bloomberg. Quase metade disso pode advir da renúncia de pagamentos de juros.

"A renúncia aos pagamentos de juros, estimados em 44 mil milhões em 2020, e a possível extensão da renúncia a médio prazo, proporcionariam espaço e liquidez fiscal imediata aos governos", avançou na segunda-feira passada a ECA, numa declaração após uma reunião, por videoconferência, com ministros das Finanças do continente.

A renúncia deve incluir não apenas os pagamentos de juros sobre dívida pública, mas também sobre títulos soberanos, como defendem os ministros das finanças africanos. Os pagamentos da dívida externa, de acordo com dados compilados pela Jubille Debt Campaign, sediada no Reino Unido, consumiram em média 13% da receita dos governos africanos antes da pandemia. (...)


(Leia o artigo integral na edição 567 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Março de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)